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domingo, setembro 26, 2004
48 horas bem animadinhas as minhas. Tudo começa na sexta, Teresa ao telefone: tá a fim de ir no BMF Eletrônico? Recuso. Não dá, tô sem grana, amanhã tenho almoço na Rúlia. "Mas é de grátis!" Hmmm... suddenly tudo mudou de figura. Fui. Para o camarote VIP!
Entrando lá, me senti dentro de uma música da Miss Kittin. Três futuras capas da Playboy - muito bem fornidas, como ninfas renascentistas - vêm me investir com a fita laranja que daria acesso à área mais exclusiva daquelas paragens (até porque, como se sabe, lugares de elite são exclusivos justamente porque excluem gente, como o próprio nome diz). Carpete vermelho, designer furniture em laranja, free beer & soda, Ichiban, Black Label com energético pra animar, massagistas profissionais para relaxar. Gente velha, figurões, modelettes. Camisas pólo com monogramas caros, toneladas de maquiagem, muito chit-chat, pouca animação de fato - comprovado pela Sonique, tocando pra meia dúzia de gatos pingados. Nunca pensei que houvesse gente tão bonita por aqui, mesmo com as marcas de produção tão óbvias. Beleza fabricada, the life of the rich and famous da capital federal. Do you know Frank Sinatra? He's dead... Nem por isso deixei de me divertir muito, afinal estava em ótima companhia. Me and my famous friends, é claro. Mas o festival em si? Achei fraco, too civilised. Não entendi como toda aquela gurizada de 13 anos foi parar lá: os pais deixaram? Mas, já passou da hora de dormir! Outra: nenhuma das tendas lotou e via-se claramente como a estrutura montada era para receber o triplo de gente. No cômputo geral, só a hip hop realmente bombou, com o Craze - as outras estavam animadas, umas mais, outras menos, mas sem aquela vibração de insanidade coletiva típico das raves. Essa é a cultura eletrônica: pseudo-underground, e 100% branca. E mesmo no espaço do hip hop, apesar dos dançarinos e do realismo da produção, não dava pra ignorar o toque fake-elite em quase tudo. Na real? O BMF'03 foi bem melhor. Tá certo, teve aquela poeira radioativa, estacionamento na casa de cacete e falhas imperdoáveis de organização, mas tava bem mais animado. Esse agora poderia ter sido bem melhor com algumas medidas simples: censura 16 anos e ingressos mais baratos pra aproveitar a capacidade instalada fariam maravilhas pela diversão geral. Fora que, como disse no post anterior, discordo do Lenny Kravitz. Rock n' roll is far from being dead. Simplesmente porque ele é mais humano do que as máquinas eletrônicas e seus operadores robôs. Me diverti horrores no festival, por causa das companhias, é óbvio. Mas aproveitei o tempo também para pensar, e muito. Sozinho, na vi-ái-pí area, percebi o quanto a vida da so-called elite pode ser enfadonha. Ninguém ali parecia estar tendo a hell of a time, diferentemente de muita gente embaixo, no povão. E com tantos watts de potência nos amplificadores, a frase da noite foi posta pelo DJ do palco principal, com uma música do Depeche Mode. Enjoy the silence, Rafa... enjoy the silence... * * * Não tem nem o que escrever sobre o niver da Rúlia. Como muito de vocês viram, eu estava total e completamente bêbado, como não fico há mais de ano - aquela ceva geladinha já tava descendo que nem água mesmo. Independente disso, foi muito show de bola. Uma turma animadaça, Pedro back in town, novas amizades, papos bastante promissores, muita risada, e um clima Porto Seguro. Fora que era a festa de uma amiga que amo de verdade, and she knows that. Idiossincrasia da tarde: sabe quando uma pessoa gosta de uma música que é a cara dela? Who will save your soul da Jewel é simplesmente a lata da Júlia. E a saladjenha com castanhas tava show. * * * Casa, banho, descansa um pouquinho. Me liga a morena. Vamos sair? Tava cansado e com fome, mas who cares pra isso com tão nobre convite? Marietta, pizza, fotos nas bolas do memorial JK. Mais um papo de horas bem produtivo dentro do carro. Os passarinhos vão começar a cantar, tá na hora de ir embora. Tchau... pum! É. A vida é cheia de iniciativas que nem você mesmo sabe que vai tomar. Surprise surprise! RAFA @ 16:38 tic-tac-tic-tac
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mirror, mirror
na vitrola
bio Brasileiro da gema, viajante do mundo por natureza. Sagitariano cuspido e escarrado, com ascendente em Aquário, seja lá o que isso for. Odeia sopas e caldos mais do que tudo no mundo, seguido de perto por cinismo. Nascido na Ilha do Leite, na cidade do Recife, criado na Urca e em muitos quartéis Brasil afora, foi enrolado por sua mãe na bandeira do Sport quando nasceu, mas ama mesmo é o glorioso Botafogo de Futebol e Regatas. Afinal, amor que é amor tem que doer, e torcer pra time que só ganha é chato demais. Gosta de sentir a brisa da praia no rosto, do bobó de camarão de Dona Susana, e de frutos do mar em geral. Seus tempos de Colégio Militar no Rio o fizeram um cavalariano orgulhoso, mas um péssimo cavaleiro: ainda hoje insiste em querer montar pelo lado direito. Indie desde pequeninho, é mestre em gostar de bandas que ninguém nunca ouviu falar. Em razão do seu amor pelo róquenrou, tenta sem sucesso tocar instrumentos de cordas - violão, baixo, guitarra - mas sua incompetência não o deixa passar do meia-boca. Moço com grandes dotes culinários (só não morreu de inanição ainda por sua criatividade na cozinha), amante da boa-mesa - e de "forks" in the table - já até sentiu o sabor das nuvens. Com oito anos decidiu ser piloto de caça depois de ter visto Top Gun no cinema - desistiu aos 16 quando se deu conta que a Marinha não tinha caças e que milico ganha mal que só a porra. Hoje, graduado em Relações Internacionais pela UnB e mestrando em Comunicação na mesma, estuda para passar no Rio Branco, só porque gostou do cafezinho da Embaixada em Londres. Viciado em chocolate por falta crônica de sexo, vive dizendo que um alfajor de chocolate Havanna é quase tão bom quanto uma noitada com a Luana Piovani ou com a Jennifer Connoly. Eco-chato assumido, descobriu-se idealista depois de velho - dizem as más línguas que foi depois de ter finalmente entendido Kant, aquele mesmo que ele próprio passou a vida inteira malhando. Reza a lenda que seu idealismo é tão agudo que nunca vai deixar de acreditar em Papai Noel e na ONU. É um dos maiores acadêmicos de seu tempo, com 1,90m de altura, por isso mesmo preferindo as altas: "baixinha dá uma puta dor nas costas" reclama. Don Juan totalmente às avessas, "bigode" assumido, não tem muita afeição por gatos, a marxistas e a torcedores do Flamengo. Recebeu orgulhamente o diploma de cidadão honorário de Entre-Ijuís/RS, e já vislumbra o Nobel da Paz. Toma chimarrão regularmente, para curar bebedeira e manter a tradição. Sangue O positivo com muita testosterona, sofre de insônia, alergia a pó e falta de simancol. Escreve esse blog porque adora fazer uma graça - só não percebeu que a maior graça na vida dele é ser ele próprio.
blogs amigos Fotológuisson
soft cuca ![]()
sharp cuca about this blog *idiossincrasia (id). [Do grego idiossynkrasía: ídios, próprio + sykrasis, constituição, temperamento] S. f. 1. Disposição do temperamento do indivíduo, que o faz reagir de maneira muito pessoal à ação dos agentes externos. 2. Maneira de ver, sentir, reagir, própria de cada pessoa. 3. Med. Sensibilidade anormal, peculiar a um indivíduo, a uma droga, proteína ou outro agente.Porque "Raridades & Idiossincrasias"? Não sei bem ao certo. Achei um título legal when it came out. Um título quase conceitual, eu diria. Sobre as "idiossincrasias", eu uso essa palavra sempre, mesmo soando meio intelectualóide demais pro meu gosto. No entanto, eu normalmente a uso com um sentido um pouco diferente do restrito léxico dos dicionários. Pra mim, essa "maneira de ver, sentir, reagir" se percebe nas menores coisas, aquele tipo de detalhe inerente à sua personalidade que nem mesmo as pessoas que melhor te conhecem poderiam notar. Aquelas pequenas manias, tipo Amélie Poulain, como fazer pedrinhas ricochetearem no canal ou enfiar a m?o num saco de tremoço (aliás, enfiar a mão num saco de qualquer cereal é fantástico!). Detalhes pequenos, mas muito importantes. Vitais! Essa é a idéia. Registrar estas pequenas raridades do dia-a-dia. Ou também as raridades que parecem grandes, mas que no final são igualmente pequenas. Isso faz parte do meu esforço de perceber a realidade ao redor com olhos mais clínicos, para poder enxergar a beleza dessas coisas. A manteiga derretendo no pãozinho quente, o cheiro fresco de grama molhada de chuva, essas coisas... Enjoy the experience! no baú
setembro 2004 Raridades v.1: out'02 a fev'03
Raridades v.2: out'03 a fev'04
Raridades v.3: mai'04 a set'04 - fora do ar devido aos idiotas da Globo.com
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