:: Raridades ::
quarta-feira, setembro 22, 2004

Atualizem seus favoritos! É só ir aí do lado e apertar o botãozinho. Soft and swift.

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Ninguém pode falar que eu fui pato e caí. Mas, pra quem não sabe, o Sexkut era só mais uma notícia fake do Cocadaboa. Clica aí veja a estória completa, uncut e passo-a-passo. Ao que dizem lá, foi brincadeira, mas agora vai se tornar real. Então tá, né...

Mas essa nào é pra rir. É pra refletir. Uma mentira repetida várias vezes acaba se tornando verdade para os menos dotados de senso crítico. E esse é o grande mal que a mídia pode fazer.

A mídia é fundamental, é claro. Mas todos os dias a mídia repete mentiras que se tornam verdades. Quando não por dolo, pela superficialidade da estória. Pouquíssimos sabem que o "Muro" que Israel constrói na Cisjordânia é, em 95% de sua extensão, uma cerca metálica. Se a construção é certa ou errada é outra discussão; o fato é que a cobertura jornalística está incorreta - mas a palavra "muro" apela muito mais às manchetes do que "cerca". E isso conduz a opinião pública.

A mais recente foi a polêmica sobre o vestibular de Direito da UnB. Aparte o ato profundamente demagógico da Reitoria em considerar a possibilidade de cancelar o vestibular, a Globo noticiou o fato de forma totalmente enviesada, criminosa mesmo. Omitiu que a decisão da AGU vale para todos os funcionários públicos, não apenas os militares (TODOS os funcionários civis, gerentes do BB e da Caixa, diplomatas, agentes da PF etc), que os 70 pedidos são dispersos nos doze semestres do curso e não apenas no primeiro semestre, como deixa a entender a comparação com o número de vagas oferecidas no vestibular, e pra completar, manipulou entrevistas de alunos de cursinho, para deixar a entender que os "filhinhos de militares" (sic) não precisam de vestibular para entrar. Um crime contra a verdade, que deve ser noticiado.

Mas, como se sabe, meus caros, a calúnia sempre vem nas manchetes, enquanto a retratação vem em letra miúda, perdida no meio das páginas...

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Barzinho muito massa fomos ontem. Chama-se Embargado, na 212 Sul, e é brand new mesmo, abriu anteontem. Estávamos indo pro 4A, mas aí passei na frente, vi que era bonitinho e decidi entrar, em bom candanguês, "pra ver de qual era". Muito massa. Charges do Quino na parede, um cardápio hilariante, cheio de piadinhas jurídicas, fora o atendimento classe A e um esquema pra lá de profissa pra servir a Bohemia Weiss - um copão de degistação que eu ainda quero ter em casa. A comida e os frios podiam ser menos caros, mas já dei o toque no gerente. Recomendo com força.

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Primavera. Minha estação preferida. Simplesmente porque é uma ótima época para recomeços.

No calendário celta o ano-novo começava no equinócio de primavera, ou seja, hoje. As neves do inverno representavam a morte do ano velho, e purificavam a terra para quando o sol começasse a subir no céu. No calendário judaico, lembrem-se, o Rosh Hashaná foi semana passada - mas só coincide com a primavera no hemisfério sul, obviamente. Pra mim, mais dois motivos: meu aniversário extra-oficial, e a primeira chuva no Planalto Central. Tudo volta a ficar verde, tudo brota, renovado. Happy New Year. Shaná Tová!

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Eu odeio o Saramago. É um mané de marca maior. Além de não saber escrever, só faz comentários inconvenientes - o último foi ter criticado o Kofi Annan, por ter dito que a ação de Bush no Iraque era ilegal. Fiquei atônito. Como assim, meu caro?

Juro que tentei ler o Ensaio sobre a Cegueira. Juro que tentei. Mas o mané não sabe nem escrever! É confuso, e até um pouco prepotente. O estilo é uma mistura de "A Bíblia Sagrada" com Faulkner, mas de uma maneira ruim, se é que me entendem. É impossível encadear idéias desse jeito, sem ponto nem parágrafo. É um pé no saco pra quem lê. Mas pros intelectualóides metidos a besta, deve ser um orgasmo.

A impressão que dá é que o Saramago é uma espécie de Diogo Mainardi dos intelectuais, ou seja, um mala hypado. No sentido mais estrito da palavra "hype": algo que muita gente fala que é bom, mas nem é essas coisas. Pra mim é mais que isso. é simplesmente horrível. E tenho dito.


RAFA @ 18:36 tic-tac-tic-tac