:: Raridades ::
quinta-feira, setembro 16, 2004

Buemba! Buemba!

O Orkut é coisa do passado... agora a onda é o Sexkut!

Detalhe sórdido: você só pode ser convidado por quem você já teve relações mais íntimas...

Estou a me perguntar: será que é só uma página fake que fizeram pra tirar onda, ou a parada realmente existe? E se é real... putz! Tenha medo das comunidades...

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Ontem foi aniversário do Arthur. Dezoitão. O que digo? A frase de ontem foi especialmente pra ele. Só quem pode perder o juízo é quem tem juízo.

Acho que Brasília é especialmente cruel com pessoas nesta idade. É muito fácil ficar sem rumo e se envolver com as pessoas erradas por aqui. Brasília tem sido cruel com meu irmão. Isso numa fase crucial, onde você de fato tem que agarrar a vida adulta com as duas mãos, ou ficar aborrecente forever. Já disse e repito: a adolescência não passa de uma construção da cultura ocidental contemporânea, um ponto de fuga para as pessoas que, mais tarde, are caught in the ratrace of life. Aí ficam os trintões quase grisalhos lembrando: "oooh, como era bom quando eu tinha dezessete..."

Aqueles que gostam de História do Cotidiano e das Mentalidades concordarão comigo : não havia "adolescência" - como conceito corrente - antes dos anos 50. Creio que a coisa ganhou vulto e popularidade porque deu dó ver a juventude pagar em vidas e sangue o preço de duas guerras mundiais, desperdiçando toda a beleza neoclássica dos seus corpos jovens - e hey, não eram só os nazistas que enalteciam isso nas artes. Devem ter pensado, "que mala suerte", morreram tão cedo, sem ao menos aproveitar a vida. Solução? Dêem a eles a capacidade de fazer tudo o que os adultos fazem, mas sem as responsabilidades que decorrem de qualquer ato comportamental humano - tal como dar um grande baile aos engalanados soldados, com moças em saias rodadas, bebop e dry-martinis, antes de mandá-los para sangrar no front. Chame-se isso de adolescência...

Uma solução de jerico, isso sim. Acabaram criando uma muleta psicológica da pior espécie, do mesmo jeito que os românticos dos XIXs tinham com a infância (alguém aí lembra de Meus Oito Anos? "Ai que saudades que tenho da aurora da minha vida/da minha infância querida..."). Venderam suas almas à juventude neoclássica de semideuses esculpidos em mármore, passaram a cultuá-la, sem deixar que as pessoas aproveitassem com plenitude a idade que tinham. Inventaram academias de ginástica, cremes anti-rugas e plásticas, para frear o que, por definição, nunca pára: o Tempo. E por conseqüência, chamaram os quarentões de tios sukita, os pequenos de pestinhas, e passaram a ver a velhice como decrépita e feia, no máximo com uma beleza cheia de pena, como os fotologs de Donas Arlindas. O que essa cultura de deuses do Olimpo fez à velhice é um crime, pois estimula a nossa própria negligência.

Não estou com isso condenando a adolescência à fogueira. Apenas digo que, quando percebemos que ela também é uma idéia construída, é que nos damos conta o quanto nossa cultura a cultua. O Tempo passa para todos, e temos que aprender a viver na idade em que temos, não só pelo que esperam de nós, mas principalmente para que nós mesmos possamos aproveitar o máximo de nossa passagem pela Terra. Adolescência é segundo grau (tá bom... ensino médio), descobertas e despertares. E pronto. Renew para quem tem 21 é piada.

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Shana Tová para todos!


RAFA @ 19:18 tic-tac-tic-tac