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domingo, novembro 21, 2004
Preto, branco, tons de cinza
![]() Rattle & Hum A fotografia em preto-e-branco tem um charme muito peculiar. Em parte, e/ou para a maioria das pessoas, por remeter-se a uma técnica mais antiga, de quando transpor cores à película simplesmente não era possível. Mas pra mim, é mais do que isso. Há um certo valor transcendente a isso. Captar a realidade como yin e yang, pelo contraste em um parâmetro (ou será pelo parâmetro-em-contraste?) percebendo a gradação entre os extremos: isso é o que pretty much nós, reles seres humanos, somos capazes de fazer. Vejam bem, essa coisa de perceber a realidade que nos cerca e preenche em RGB é impossível para nós, homo sapiens de araque. É muita coisa para nossas cabecinhas. *** A foto não está aí por acaso. O ú-dois tem me acompanhado nesses últimos dias, primeiro, num monitor do Fridays, depois em uma house party, com o DVD do Rattle & Hum, e hoje, vendo o últimos shows da Elevation tour no Slane Castle, e as cenas do Unforgettable Fire gravadas no salão de bailes quase vinte anos atrás. Eles valem as 500 libras. *** Brasília. Cada vez que passo a ponte JK de manhã cedo, depois de deixar o Pedro em casa depois de balada, me pego a pensar sobre o que essa cidade tem sido para mim. Talvez seja o trânsito calmo, a visão de um grande espelho d'água ou do verde do clube de golfe, ou mesmo a imagem do prédio do CCBB crescendo lentamente no meu pára-brisas enquanto eu desço a lower half da ponte para subir a ladeirinha que leva à Esplanada. O fato é que esse lugar aqui deixou de ser porto, e eu já escrevi sobre isso aqui. Mas não sei o que é ainda. Não dá pra definir em poucas palavras, muito menos conceitualmente. Lugar ideal? Tá longe. Odeio a secura daqui. Nasci e cresci perto do mar, preciso da umidade. Mas não pode ser só isso. Afinal, o que falta para que eu realmente possa gostar de verdade deste lugar? Só isso mesmo. Porque já me sinto vinculado de uma maneira bastante forte com esse lugar. De maneira indelével. *** Estorinha: meu computador é 500 Mhz, mas achava que tinha 150. Tudo porque as configurações do hardware estavam erradas. Ou seja, ele próprio não tinha consciência de que era bem mais potente. E nem eu. O pior é que, ao que parece, quase todos os técnicos que vinham aqui em casa solucionar algum rolo com ele percebiam isso e restauravam a configuração ideal - mas nunca me falavam. Tinham isso como corriqueiro. Até que um me falou esse babado todo. E disse que, por causa de uma bateria velha e fraca na placa-mãe, as alterações na configuração eram sempre perdidas asism que se desligava a máquina. Até dava pra convencer o pobre pangaré de que ele era na verdade um puro-sangue. Mas assim que desligava, pum, ele esquecia tudo. Pois agora tudo é diferente. A bateria é nova, e as configurações estão ideais. Ele, pelo jeito, ainda não esqueceu, e pelo visto não esquecerá anytime soon. Engraçado como nossas coisas são um espelho de nós mesmo, quase como os animais de estimação são um reflexo de seus donos. Agora me digam: onde será que eu troco a bateria? *** Semana ao som do acústico do Engenheiros (picks: Terceira do plural, Armas químicas e poemas, 3x4) de Lithium do Nirvana, Nada valgo sin tu amor do Juanes e de Dame otro tequila da Paulina Rubio. Porque eu sou um cara eclético mesmo. E sim, todas as músicas que posto aqui refletem de alguma forma meu estado de humores. Respondi à sua questão, cara leitora? RAFA @ 00:32 tic-tac-tic-tac
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mirror, mirror
na vitrola
bio Brasileiro da gema, viajante do mundo por natureza. Sagitariano cuspido e escarrado, com ascendente em Aquário, seja lá o que isso for. Odeia sopas e caldos mais do que tudo no mundo, seguido de perto por cinismo. Nascido na Ilha do Leite, na cidade do Recife, criado na Urca e em muitos quartéis Brasil afora, foi enrolado por sua mãe na bandeira do Sport quando nasceu, mas ama mesmo é o glorioso Botafogo de Futebol e Regatas. Afinal, amor que é amor tem que doer, e torcer pra time que só ganha é chato demais. Gosta de sentir a brisa da praia no rosto, do bobó de camarão de Dona Susana, e de frutos do mar em geral. Seus tempos de Colégio Militar no Rio o fizeram um cavalariano orgulhoso, mas um péssimo cavaleiro: ainda hoje insiste em querer montar pelo lado direito. Indie desde pequeninho, é mestre em gostar de bandas que ninguém nunca ouviu falar. Em razão do seu amor pelo róquenrou, tenta sem sucesso tocar instrumentos de cordas - violão, baixo, guitarra - mas sua incompetência não o deixa passar do meia-boca. Moço com grandes dotes culinários (só não morreu de inanição ainda por sua criatividade na cozinha), amante da boa-mesa - e de "forks" in the table - já até sentiu o sabor das nuvens. Com oito anos decidiu ser piloto de caça depois de ter visto Top Gun no cinema - desistiu aos 16 quando se deu conta que a Marinha não tinha caças e que milico ganha mal que só a porra. Hoje, graduado em Relações Internacionais pela UnB e mestrando em Comunicação na mesma, estuda para passar no Rio Branco, só porque gostou do cafezinho da Embaixada em Londres. Viciado em chocolate por falta crônica de sexo, vive dizendo que um alfajor de chocolate Havanna é quase tão bom quanto uma noitada com a Luana Piovani ou com a Jennifer Connoly. Eco-chato assumido, descobriu-se idealista depois de velho - dizem as más línguas que foi depois de ter finalmente entendido Kant, aquele mesmo que ele próprio passou a vida inteira malhando. Reza a lenda que seu idealismo é tão agudo que nunca vai deixar de acreditar em Papai Noel e na ONU. É um dos maiores acadêmicos de seu tempo, com 1,90m de altura, por isso mesmo preferindo as altas: "baixinha dá uma puta dor nas costas" reclama. Don Juan totalmente às avessas, "bigode" assumido, não tem muita afeição por gatos, a marxistas e a torcedores do Flamengo. Recebeu orgulhamente o diploma de cidadão honorário de Entre-Ijuís/RS, e já vislumbra o Nobel da Paz. Toma chimarrão regularmente, para curar bebedeira e manter a tradição. Sangue O positivo com muita testosterona, sofre de insônia, alergia a pó e falta de simancol. Escreve esse blog porque adora fazer uma graça - só não percebeu que a maior graça na vida dele é ser ele próprio.
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soft cuca ![]()
sharp cuca about this blog *idiossincrasia (id). [Do grego idiossynkrasía: ídios, próprio + sykrasis, constituição, temperamento] S. f. 1. Disposição do temperamento do indivíduo, que o faz reagir de maneira muito pessoal à ação dos agentes externos. 2. Maneira de ver, sentir, reagir, própria de cada pessoa. 3. Med. Sensibilidade anormal, peculiar a um indivíduo, a uma droga, proteína ou outro agente.Porque "Raridades & Idiossincrasias"? Não sei bem ao certo. Achei um título legal when it came out. Um título quase conceitual, eu diria. Sobre as "idiossincrasias", eu uso essa palavra sempre, mesmo soando meio intelectualóide demais pro meu gosto. No entanto, eu normalmente a uso com um sentido um pouco diferente do restrito léxico dos dicionários. Pra mim, essa "maneira de ver, sentir, reagir" se percebe nas menores coisas, aquele tipo de detalhe inerente à sua personalidade que nem mesmo as pessoas que melhor te conhecem poderiam notar. Aquelas pequenas manias, tipo Amélie Poulain, como fazer pedrinhas ricochetearem no canal ou enfiar a m?o num saco de tremoço (aliás, enfiar a mão num saco de qualquer cereal é fantástico!). Detalhes pequenos, mas muito importantes. Vitais! Essa é a idéia. Registrar estas pequenas raridades do dia-a-dia. Ou também as raridades que parecem grandes, mas que no final são igualmente pequenas. Isso faz parte do meu esforço de perceber a realidade ao redor com olhos mais clínicos, para poder enxergar a beleza dessas coisas. A manteiga derretendo no pãozinho quente, o cheiro fresco de grama molhada de chuva, essas coisas... Enjoy the experience! no baú
setembro 2004 Raridades v.1: out'02 a fev'03
Raridades v.2: out'03 a fev'04
Raridades v.3: mai'04 a set'04 - fora do ar devido aos idiotas da Globo.com
credits
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