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quarta-feira, janeiro 05, 2005

Cataguases

Levi-Strauss e Malinowski ficariam verdes de inveja. A viagem deste fim-de-ano me renderia uma tese de doutorado que certamente escreveria meu nome como o maior antropólogo da História (ou, como um certo paciente de Carazinho do Analista de Bagé, de "maior megalômano do universo"). Mas não. Em respeito aos mestres, apenas breves comentários.

A simplicidade realmente tem seu valor. Esses dias na casa do Pablo me mostraram que um simples arroz com feijão torna-se delicioso se servido com carinho. Um churrasco em uma oficina cheia de graxa pode mesmo ser um evento de peso se aqueles presentes dão a ele este significado. Que não se pode conhecer ninguém de verdade sem conhecer a família que a criou e de onde ela veio. Que taurinas são seres complicados demais, mas encantadores. Que uma cidade quente e abafada pode trazer frescor às idéias de maneira fantástica. Que minha felicidade se mede em milhas percorridas. Que um molho sofisticado é o que há, mas só se os ingredientes da salada forem de buena cepa.

Mais importante: me mostrou que tenho amigos que iriam ao miolo do Tibet só para me fazer companhia, e que um ano que começa com uma festa de reveillon tão boa não pode dar errado. Aliás, o marquês está de parabéns: foi uma das melhores festas em que já estive, senão a melhor festa de reveillon ever experienced por este que vos escreve. Uma equação de tantas caipirinhas e proseccos, música excelente e meus melhores amigos só pode ser muito positiva.

Um pulo na piscina, bêbado, ao raiar do dia, me iluminou como uma bênção. Mas não aquelas de gotinhas: mergulhei nela. E tal felicidade não é pelos sucessos nos mestrados e nos concursos públicos. É em me dar conta que realizar-se é um ato de vontade.

Mais comentários sobre Catá em breve. Por ora, deixem-me pensar. A hora é para criar.

RAFA @ 18:25 tic-tac-tic-tac