segunda-feira, maio 30, 2005
É meu!!!* * * Fogão líder absoluto. Sem acordo na Conferência de Exame do TNP. E os baguetinhos retrógrados disseram "non". O que diabos está errado com o mundo? * * * RAFA @ 11:08 tic-tac-tic-tac Timing is... everything! Sexta Dia: aula do mestrado (4h) + trabalho (4h) + 40 min de academia. Noite: Documentário Festival Express (merece uma resenha) & Hip Hop no Vivo + sambão no Arena. Sábado Dia: dormir até mais tarde + 1h30 de natação + carne de sol completa com o Pedro + siesta pra fazer a digestão. Noite: expo de fotos no Buriti & Nando Reis + Irish Coffee e Vinho do Porto com amigos no Rayuela + tomar várias saideiras e falar de mulher com os brothers até as 5h30 no Orange. Domingo Dia: dormir até (bem) mais tarde, trabalhar, estudar, comprar o Marshallzão, testá-lo na casa do Davi. Noite: Moulin Rouge & Nego Moçambique no Vivo, passeios noturnos e boas conversas, voltar pra casa passando muito mal do estômago. Madrugar às 5h para ir para o trabalho. It´s all a matter of good timing. E eu sou realmente bom de timing. He he. * * * RAFA @ 10:52 tic-tac-tic-tac
sexta-feira, maio 27, 2005
Quem diria?Acho que sou um privilegiado por muitas coisas. Uma das principais é a de não ser acometido por alguns dilemas morais que, ao que vejo, muitas pessoas têm. Acho que algumas pessoas vêm dilemas morais em tudo. Eu não. O mais clássico dilema moral é o de se fazer algo de ruim a alguém porque se gosta muito dela. Come on, todo mundo já teve um na vida, principalmente quando criança - vai desde o "castigo educativo", de palmadinhas a surras mui pedagógicas, até trair a confiança de um irmão e revelar um segredo confiado por ele aos pais, "pelo bem dele próprio". Ora, quando tratamos de crianças, não temos esses dilemas. Assume-se que elas são incapazes de decidir o que é melhor para elas, afinal estão em estágio de formação de caráter. E quem diz isso, querido leitor, não é só esse que vos escreve: é a Lei, quase no mundo inteiro. Ou seja: sendo incapazes de decidir, são isentas de formular juízo sobre qualquer coisa. Sem reflexão moral portanto. Quando tratamos de adultos, a coisa é bem diferente. Adultos são capazes de formular juízo, com ganhos e perdas para si próprio e para outrem. Como têm total responsabilidade por seus atos - legal e moralmente - devem sabiamente refletir e prever as conseqüências deles. Transitamos aí no constante conflito entre nossos interesses e os daqueles que nos cercam, e o limite que propicia a convivência civilizada sem irmos aos tapas por tudo é o que chamamos de Ética. É ela que estabelece esse tipo de regra não-escrita que nos impede de certas condutas potencialmente lesivas ao nosso próximo. Ser filho de um militar me ensinou bastante bem a fazer a pergunta: afinal, o que é o certo a fazer? Meu velho pai me ensinou que honra e civilidade são como uma espada de lâmina reta, são valores absolutos, e que valem ouro em qualquer lugar. Fazer besteira é humano, mas a besteira deliberada carrega em si a podridão do dolo, o que é muito sério. Pessoalmente, acho que muitas barbaridades já foram feitas em nome do bem-comum, como se fosse realmente fácil determinar o que é "bem-comum". Stalin e Hitler mataram milhões com essa mesma percepção. Uma doida mandou confiscar todas as poupanças dos cidadãos de um certo país, em uma manobra de estabilização arriscadíssima, levando a algumas centenas de suicídios. Qual é o preço do utilitarismo do bem-comum? E quem somos nós para determiná-lo, cara-pálida? Tento fazer sempre o que é certo. Usualmente consigo. Só não saio muito da minha esfera pessoal, afinal, nosso poder de curar os males o mundo é limitadíssimo, e quase sempre tropeçamos no livre-arbírio de outrem quando confiamos demais em nossas análises mirabolantes. Sei que sou um grão de areia, e apenas me esforço em dar a cada um o que é justo. Por isso, nada de impor valores a ninguém, só o mínimo necessário para o convívio social - o que significa normalmente assumir algumas características humanas, como compaixão e solicitude. Aqueles que não respeitam esse mínimo necessário são bárbaros, incivilizados, possivelmente nem humanos são. Que a Lei, ou Nemesis, os punam. * * * Vivo Open Air, que idéia genial. Cineminha, uma boa baladjenha, estrutura legal, gente bonita, organização nota dez... e só 13 pilas! Tá sendo muito legal. Chego e saio chumbado. Bois, Proto, Los Sebozos Postizos. Line up do caralho. Quem diria, eu falando bem da Vivo, depois de todo o calvário que me fizeram passar por muitos reais de cobranças indevidas. Mas esse dinheiro podre tinha que ir para algum lugar, não é mesmo? * * * Quase um mês de malhação. Em algumas palavras: dor na primeira semana, mas bem suportável. Piscina nota nove, só faltava ser mais funda. Mais de uma centena de reais em barras de proteína, nutris a cada 3 horas, e aminoácidos antes e depois de puxar ferro. Roupas e tênis novos, fora óculos e touca. Um armário com cadeado. Chuveiradas fortes, do jeito que eu gosto. Gente nem tão bonita, mas enfim, não se pode ganhar em tudo. A conta foi carinha que só, mas só pelo efeito no ego, tá valendo cada centavo. Quem diria que algum dia eu iria gostar de fazer atividade física! Vejamos se isso dura. * * * RAFA @ 18:38 tic-tac-tic-tac
quinta-feira, maio 19, 2005
Ontem, hoje, amanhã.Ontem, ao ir para casa às 21:30 da noite depois de um dia de muita conversa e pesquisa, cheguei à conclusão que estou no lugar certo. Estou muito satisfeito com meu trabalho, e os temas com quais lido realmente me dão tesão de ir trabalhar todos os dias. Tá certo, tem muita coisa que pode melhorar, e por horas me sinto engolido num anticlímax danado... mas acho que esse tipo de reação passional tenderá a desaparecer quando os assuntos forem se tornando corriqueiros e mundanos. Passei dois dias pesquisando no Itamaraty. O saldo? Um dia e meio que valeram por duas semanas de conhecimento adquirido e revisado. Vários insights sobre o presente, passado e futuro. Um brother a mais. A visão de que o MRE é, como toda instituição, uma diversidade extrema - entre a mediocridade do serviço público e o brilhantismo de alguns que carregam o piano e fazem tudo andar para frente. Também vi que o critério para saber se um diplomata é realmente bom passa não apenas por sua competência administrativa, mas uma mistura estranha de caráter, sorte, e cojones. Ontem, cansado mas com um sorriso na cara, olhei um mapa-mundi de parede como um calouro de REL: desafiado, mas sabendo que pode fazer parte de algo bem maior. Espero ter mais desses momentos no futuro. * * * Ok ok, vocês pediram, aqui vai meu parecer sobre as cuecas tipo boxer. Concordo que elas são mais bonitas. Mesmo um cara magrelo como eu se sente um atleta com o elástico dando tom às coxas. Mas, sinceramente, não são mais confortáveis do que as boas e velhas samba-canção. A samba-canção (doravante "SC") é uma instituição nacional do melhor tipo. Dá espaço para as coisas, não aperta, e você até pode andar pela casa sem causar tanto constrangimento às visitas. E espaço é algo essencial. Parafraseando os americanos, sobre motores V8, "there´s no substitute for cubic inches". Volume é essencial para acomodar tudo de forma apropriada. Ainda mais quando... bem, deixa pra lá. Nada de fazer propaganda. Isso é um parecer sério. Mas cubic inches são essenciais pra tudo, do conforto ao desempenho. That´s for sure. A SC é democrática - tem que ser de algodão rústico, nada de sedinhas e paetêzinhos, que já perde a designação de origem controlada. De parecido, só mesmo o também renomado "shortinho Funai", com a diferença que esse pode ser bem tosco, ou de marca, tipo Adidas. A SC é compreensiva, não te oprime quando você está, digamos, mais "feliz". A SC é civilizada, não aperta nada. Aliás, como dizia o Analista de Bagé, "pra apertar meus fundilhos, só mão de china". Enfim, a SC é uma coisa liiinda de Deus! Vou continuar usando as tais boxers, mas apenas para satisfazer a clientela. No fundo no fundo, acho mesmo é que boxer de c* é r***. Longa vida às samba-canção. E tenho dito. * * * Amanhã será um dia crucial, desses que eu ainda não tive esse ano. Começa com a mãe de todas as provas do mestrado da FAC: TeCom, com o Martino. Meus pais chegam depois de 3 semanas fora. Reunião com o chefe. Definições na banda. E por último, definir um adjetivo (ou aposto) para uma pessoa, ouvindo-a - e lidar com as conseqüências disso. Quem for de rezar, reze para que dê tudo muito certo para mim amanhã. Quem não for... try not to step in my way, ok? * * * RAFA @ 16:40 tic-tac-tic-tac
quarta-feira, maio 18, 2005
Acho que estou vivendo uma fase ótima e descobertas e investigações no campo intelectual. Tenho lido como nunca, e sobre tópicos tão diferentes como Deísmo e Teleologia até a História dos Habsburgos austríacos. O engraçado disso tudo é que não há o menor método pra isso tudo, é tudo absolutamente rizomático, hiperlinkado, uma coisa me leva a outra, que me leva a outra totalmente diferente. Um estado de curiosidade semi-consciente que me leva para lugares esquisitos, mas que é exata e inexplicavelmente aonde quero estar.Numa dessas curiosidades aleatórias, vi como uma amiga (né Dea?) escreveu sobre Nêmesis um outro dia no seu blog. É um conceito/arquétipo que me acompanha desde muito tempo, e que foi uma grande descoberta quando comecei a fazer Direito, back in '97. Algo que sinto que tem muito a ver comigo e com minha percepção de ser. Idiossincrático mesmo. O sentido comum e literário para a palavra nemesis, ou pelo menos para autores não muito informados em antigüidade clássica, é de um inimigo que não pode ser vencido pelo protagonista da estória. Mas esse sentido não me interessa muito. O importante é que, na mitologia grega, Nêmesis é a deusa da retribuição divina, da vingança do destino, das tragédias que acontecem àqueles que as merecem. Nêmesis é uma deusa que ama os mortais, mas que não sente remorso das tragédias que causa, porque sempre as causa para aqueles que a merecem, como forma de equilíbrio universal. Ela é representada como uma bela mulher - em semelhança a Afrodite, mas de porte atlético - com uma arma e um aparato de agrimensura (modernamente, uma espada e uma balança). É a executora da Justiça, e principalmente, aquela que equilibra as graças que a deusa Fortuna distribui sem ver a quem. Simplificando, ela é o oposto da sorte, portanto. Os mortais que usam as graças da Fortuna de bom modo, e que não causam mal a outrem, escapam do fio de sua lâmina. Em textos gregos antigos ela é frequentemente chamada de Adrasteia, que quer dizer "aquela a quem ninguém escapa", ou mesmo pelo epíteto Erinys, "a implacável". É uma personagem sempre presente nas tragédias de Sófocles, sempre como a força sobrenatural que restaura o equilíbrio na proporção certa, e que não deixa que as perversões dos imperfeitos mortais alterem os pesos da balança cósmica por muito tempo. Me fascina o quanto esse arquétipo está presente no inconsciente coletivo de quase todas as civilizações humanas. O Deus dos hebreus é exatamente assim, uma força para ser amada por sua graça, mas também para ser respeitada e temida por sua fúria impiedosa com aqueles que ousam trair seus desígnios. É a ele, não a Nêmesis, que as pessoas invocam quando se sentem injustiçadas pelo destino. Interessante com as idéias de Deus e Justiça se intercalam. Justiça. Percebi uma vez, vendo programas policiais, que é isso o que parentes de vítimas de assassinato sempre pedem a Deus. Não o conforto, tampouco a vingança barbárica de Talião. Pedem tão somente o justo, e pedem ao sobrenatural, porque sabem que as sociedades humanas, por mais que se aproximem, não lograrão fazê-lo de forma absoluta e incontestável. Acho interessante também como Camus aponta em sua principal obra filosófica, O homem revoltado, como o sentimento de injustiça é a principal força impulsionadora das revoluções e dos grandes câmbios de força ao longo da História. Em última análise, a injustiça é o que move a raiva e a insatisfação com a própria existência. Para o mestre, que pelo menos em minha parca memória não cita Nêmesis nenhuma vez em nenhuma das obras que eu tenha lido, esse arquétipo parece estar sempre lá, bastante presente. Parece que é o fundamento pelo que se explica a propriedade e a justiça da revolta do Homem. E inclusive ressalva: o Homem é tão imperfeito que, uma vez que estabelece sua revolução, torna-se cada vez mais tirânico, pois a utopia do princípio que a motivou acaba por justificar a tudo - o que pede, mais uma vez, pela intervenção de Nêmesis, numa dialética sem fim que agradaria a qualquer hegeliano. Tenho pensado muito nisso ultimamente. Ainda não cheguei a nenhuma conclusão, e nem acho que vá chegar em algum ponto da minha vida. Acho essa questão verdadeiramente incompreensível pela razão e pela ciência. Mas persegui-la pode explicar-me o quanto eu mesmo valorizo o que é certo, ético e justo em minha vida, e como devo agir para dar o tratamento apropriado para cada um dos que me cercam. Afinal, se somos desiguais, temos que ser tratados desigualmente... mas, como no velho comercial de Carlton, sempre "com alguma coisa em comum". Sem dois pesos e duas medidas. * * * RAFA @ 23:41 tic-tac-tic-tac
sexta-feira, maio 13, 2005
Manias(ou: o Rafa, em 15 lições...) . só usar cuecas samba-canção (agora estou aderindo às boxers); RAFA @ 09:43 tic-tac-tic-tac
domingo, maio 08, 2005
Master WellerI've got a pen in my pocket Does that make me a writer? Standing on the mountain Doesn't make me no higher I've got a pick in my pocket Does that make me a player? Words can't do What action does louder Putting on gloves Don't make you a fighter And all the study in the world Doesn't make it science. * * * RAFA @ 18:04 tic-tac-tic-tac
sexta-feira, maio 06, 2005
CMRJ - 116 anosExiste um lugar, no bairro carioca da Tijuca, que é muito importante pra mim. Nesse retângulo verde de centenas de metros quadrados, no meio da selva de pedra e a poucas quadras do Maracanã, passei três anos maravilhosos. Na época eu não tinha a menor noção, estava mais preocupado era com minhas nerdices, namorar atrás da biblioteca e viver complexado com a minha magreza e falta de altura. Mas o tempo soube me dizer o quanto tudo aquilo contibuiu para forjar um caráter. Devo muito daquilo que sou hoje a este lugar e a todas as pessoas que encontrei por lá. Em meio às árvores e a essas construções centenárias, li, aprendi, corri, xinguei, amei, odiei... Hoje, 6 de maio, esse lugar faz 116 anos. Os alunos acordam mais cedo, para vestirem suas túnicas brancas de gala. A Infantaria faz sua guarda de honra às autoridades e à bandeira, a Cavalaria prepara os beiçudos para a escolta hipomóvel, a Artilharia recebe os convidados com salvas de canhão. Tudo é festa. A tradição é que, nesse dia, os ex-alunos voltam e se reencontram. Eu ainda não voltei desde que saí de lá - pretendo fazê-lo no ano que vem, no aniversário de 10 anos da minha turma. Talvez por isso minha saudade seja tanta. O corredor de palmeiras imperiais, a Casa Rosa e o sorriso da Vó Dica são uma lembrança embaçada, quase um sonho. É um dos lugares para qual escapo quando a coisa anda mal. É quase uma Arcádia idealizada pra mim. Pra acabar, um trecho da canção, que resume bem o sentimento de muitos que, como eu, passaram o inferno lá, mas que hoje, inexplicavelmente, sentem saudades de cada detalhe dessa casa. Somos jovens, destemidos, e vibramos a marchar Os alunos sempre unidos, do Colégio Militar Nossa luta nos ensina a vencer, a ter pujança E lutamos, só domina em nosso peito a esperança Companheiros leais, trabalhemos e faremos Num esforço vibrante, febril Desta casa, que amamos, um templo, um exemplo Grandioso de amor ao Brasil! Prossigamos na porfia, estudemos a valer! Com denodo e alegria, a cumprir nosso dever Mas um dia o pranto há de nossos olhos inundar Ao chorarmos a saudade do Colégio Militar * * * RAFA @ 10:02 tic-tac-tic-tac
terça-feira, maio 03, 2005
É pessoal, estou num inferno astral daqueles. Falta dos pais? Não exatamente. Essa viagem será ótima para ampliar os horizontes deles, e sobre isso eu não poderia estar mais feliz. O problema é cuidar de dois marmanjos barbados - que dada a ausência do superego repressor social, têm reforçado a dieta de excrementos, diariamente - e de uma casa cheia de pequenos problemas. E aqui estou eu, dearest friends, cuidando da vida que há meses planejo desmontar...Ontem mesmo, depois de um dia de trabalho, exausto a ponto de não ir jantar para não levantar da cama, me liga meu irmão mais novo, querendo "carona" (ou melhor, que eu o buscasse) no Aeroporto, half-a-city away. Olha, quando meus pais chegarem, darei um beijo santificador neles, porque ter tido que agüentar esse tipo de coisa, de mim e dos meus irmãos, por todos estes anos, certamente os qualifica para um open bar com sushi no Paraíso, por toda a eternidade. Boa parte desse inferno vem do mestrado. Acho que a euforia inicial passou, e estou de saco absolutamente cheio de ir às aulas. Não por causa dos professores, que são muito bons - principalmente o Martino, um cara que em tão pouco tempo já me despertou uma admiração profunda, apesar da disciplina quase fascistóide que impõe (Síndrome de Estocolmo? Será?). O grande, graaaande problema são os colegas. Na sua grande maioria, são uns boçais, dogmáticos, preconceituosos, mente-fechada, enfim, tudo o que um aluno de pós-graduação não deve ser - salva-se honrosa meia dúzia quase exata, notadamente da minha linha de pesquisa. É horrível sentir que é um dos melhores da turma sem fazer nenhum esforço, simplesmente pelo fato de que a média é baixa. Mais ou menos o contrário que eu sentia na Inglaterra, que meus pares eram tão bons que me via obrigado a me nivelar. E que calor naquela sala... socorro! Consul, Brastemp, por favor, pretty please with sugar on top, doem um ar condicionado decente praquela FAC! O fato é que cansei de tanta tioría, e estou doido para começar a botar a mão na massa logo e andar com meu projeto. Se algo me diz que esses dois anos nos porões do minhocão serão longos, é melhor eu começar a produzir big stuff. BTW, acho que fechei o objeto na pesquisa ontem, no trânsito, fazendo balão. Gritei "eureka!" - mas os outros carros devem ter achado que eu estava era xingando. Fazer o que? Great ideas come in the most unusual places, isso eu posso dizer. * * * Mas nem tudo são espinhos. Ontem chegou meu primeiro contracheque do novo trabalho, e eu, como menino responsável que sou, paguei todas as contas que tinha em meu nome antes de tudo - nem eram tantas assim after all. Depois, me permiti a um momento de auto-indulgência, porque afinal de contas eu mereço: fui a um restaurante legal na Asa Sul, sozinho, e pedi o prato que mais me apetecia, um ravioli com salmão, frutos do mar e manjericão. Comemorei regiamente com um cálice de Porto tawny. Nem vi quanto deu: dei o Visa e assinei sem olhar. E ainda fui ver roupa no ParkShopping depois. Eu adoro o capitalismo. * * * E o Botafogo, hem? Ganhou da Argentina, ou melhor, do Corinthians. E de 3! É claro que tive a maior satisfação do mundo em zoar meu ilustre irmão, sem o menor traço de piedade. Por isso é bom ser botafoguense: quando seu time ganha, você se sente vingado da vida. Tudo tá dando errado, e tá tão errado que até o alvinegro tá ganhado. E a vingança é a carne crua e doce que satisfaz nossos instintos predadores... * * * Domingo fui comer um tutu à mineira, na seção consular de MG no DF, mais conhecida como "Zona da Mata". Me fez perceber que a ONU deveria mandar inspetores a todas as cozinhas do estado vizinho, em busca dessas armas químicas, antes que os americanos cismem. Blindei meu estômago com uma dose dupla de omeprazol e fui à luta. Isso, mais o Botafogo ganhando, me fez perceber que nem tudo está tão ruim como parece. E que sim, como dizia Michael Stipe, "I have all the right friends". * * * Inspirado por uma amiga que está longe longe, mas tão perto perto: é, minha cara, nossa mente é realmente boa de fazer sofismas, e de se convencer cegamente deles. E para isso servem - também - os amigos: para tentar te convencer do contrário, mesmo quando não se quer ser convencido. Ainda acredito que, apesar dos sofismas, fatos são fatos, e a razão humana, mesmo confusa em meio a percepções distorcidas dos sentidos, logo dá um jeito de achar o caminho. Porque a felicidade não está em convencer-se de uma mentira, sofismada ou não. Não é uma questão de se acreditar que está feliz, e sim de saber que está feliz. * * * Já tinha me prometido que ia parar com esses posts do tipo "querido diário", mas ao que parece ninguém gostou dos meus posts referenciados. Fazer o que? Quem não se comunica se trumbica, e eu não escrevo esse blog para que eu leia sozinho, do I? * * * Na vitrola: Kasabian, com Club foot e Processed beats, Placebo, ainda na onda do show, com Bitter end (porque será?) e Paul Weller - queria mesmo ter a voz desse cara. Estou recompondo o acervo depois da última tempestade computadorística, e como paciência é a maior das virtudes... * * * RAFA @ 07:59 tic-tac-tic-tac
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mirror, mirror
na vitrola
bio Brasileiro da gema, viajante do mundo por natureza. Sagitariano cuspido e escarrado, com ascendente em Aquário, seja lá o que isso for. Odeia sopas e caldos mais do que tudo no mundo, seguido de perto por cinismo. Nascido na Ilha do Leite, na cidade do Recife, criado na Urca e em muitos quartéis Brasil afora, foi enrolado por sua mãe na bandeira do Sport quando nasceu, mas ama mesmo é o glorioso Botafogo de Futebol e Regatas. Afinal, amor que é amor tem que doer, e torcer pra time que só ganha é chato demais. Gosta de sentir a brisa da praia no rosto, do bobó de camarão de Dona Susana, e de frutos do mar em geral. Seus tempos de Colégio Militar no Rio o fizeram um cavalariano orgulhoso, mas um péssimo cavaleiro: ainda hoje insiste em querer montar pelo lado direito. Indie desde pequeninho, é mestre em gostar de bandas que ninguém nunca ouviu falar. Em razão do seu amor pelo róquenrou, tenta sem sucesso tocar instrumentos de cordas - violão, baixo, guitarra - mas sua incompetência não o deixa passar do meia-boca. Moço com grandes dotes culinários (só não morreu de inanição ainda por sua criatividade na cozinha), amante da boa-mesa - e de "forks" in the table - já até sentiu o sabor das nuvens. Com oito anos decidiu ser piloto de caça depois de ter visto Top Gun no cinema - desistiu aos 16 quando se deu conta que a Marinha não tinha caças e que milico ganha mal que só a porra. Hoje, graduado em Relações Internacionais pela UnB e mestrando em Comunicação na mesma, estuda para passar no Rio Branco, só porque gostou do cafezinho da Embaixada em Londres. Viciado em chocolate por falta crônica de sexo, vive dizendo que um alfajor de chocolate Havanna é quase tão bom quanto uma noitada com a Luana Piovani ou com a Jennifer Connoly. Eco-chato assumido, descobriu-se idealista depois de velho - dizem as más línguas que foi depois de ter finalmente entendido Kant, aquele mesmo que ele próprio passou a vida inteira malhando. Reza a lenda que seu idealismo é tão agudo que nunca vai deixar de acreditar em Papai Noel e na ONU. É um dos maiores acadêmicos de seu tempo, com 1,90m de altura, por isso mesmo preferindo as altas: "baixinha dá uma puta dor nas costas" reclama. Don Juan totalmente às avessas, "bigode" assumido, não tem muita afeição por gatos, a marxistas e a torcedores do Flamengo. Recebeu orgulhamente o diploma de cidadão honorário de Entre-Ijuís/RS, e já vislumbra o Nobel da Paz. Toma chimarrão regularmente, para curar bebedeira e manter a tradição. Sangue O positivo com muita testosterona, sofre de insônia, alergia a pó e falta de simancol. Escreve esse blog porque adora fazer uma graça - só não percebeu que a maior graça na vida dele é ser ele próprio.
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soft cuca
sharp cuca about this blog *idiossincrasia (id). [Do grego idiossynkrasía: ídios, próprio + sykrasis, constituição, temperamento] S. f. 1. Disposição do temperamento do indivíduo, que o faz reagir de maneira muito pessoal à ação dos agentes externos. 2. Maneira de ver, sentir, reagir, própria de cada pessoa. 3. Med. Sensibilidade anormal, peculiar a um indivíduo, a uma droga, proteína ou outro agente.Porque "Raridades & Idiossincrasias"? Não sei bem ao certo. Achei um título legal when it came out. Um título quase conceitual, eu diria. Sobre as "idiossincrasias", eu uso essa palavra sempre, mesmo soando meio intelectualóide demais pro meu gosto. No entanto, eu normalmente a uso com um sentido um pouco diferente do restrito léxico dos dicionários. Pra mim, essa "maneira de ver, sentir, reagir" se percebe nas menores coisas, aquele tipo de detalhe inerente à sua personalidade que nem mesmo as pessoas que melhor te conhecem poderiam notar. Aquelas pequenas manias, tipo Amélie Poulain, como fazer pedrinhas ricochetearem no canal ou enfiar a m?o num saco de tremoço (aliás, enfiar a mão num saco de qualquer cereal é fantástico!). Detalhes pequenos, mas muito importantes. Vitais! Essa é a idéia. Registrar estas pequenas raridades do dia-a-dia. Ou também as raridades que parecem grandes, mas que no final são igualmente pequenas. Isso faz parte do meu esforço de perceber a realidade ao redor com olhos mais clínicos, para poder enxergar a beleza dessas coisas. A manteiga derretendo no pãozinho quente, o cheiro fresco de grama molhada de chuva, essas coisas... Enjoy the experience! no baú
setembro 2004 Raridades v.1: out'02 a fev'03
Raridades v.2: out'03 a fev'04
Raridades v.3: mai'04 a set'04 - fora do ar devido aos idiotas da Globo.com
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