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sexta-feira, maio 06, 2005

CMRJ - 116 anos




Existe um lugar, no bairro carioca da Tijuca, que é muito importante pra mim. Nesse retângulo verde de centenas de metros quadrados, no meio da selva de pedra e a poucas quadras do Maracanã, passei três anos maravilhosos. Na época eu não tinha a menor noção, estava mais preocupado era com minhas nerdices, namorar atrás da biblioteca e viver complexado com a minha magreza e falta de altura. Mas o tempo soube me dizer o quanto tudo aquilo contibuiu para forjar um caráter.

Devo muito daquilo que sou hoje a este lugar e a todas as pessoas que encontrei por lá. Em meio às árvores e a essas construções centenárias, li, aprendi, corri, xinguei, amei, odiei...

Hoje, 6 de maio, esse lugar faz 116 anos. Os alunos acordam mais cedo, para vestirem suas túnicas brancas de gala. A Infantaria faz sua guarda de honra às autoridades e à bandeira, a Cavalaria prepara os beiçudos para a escolta hipomóvel, a Artilharia recebe os convidados com salvas de canhão. Tudo é festa. A tradição é que, nesse dia, os ex-alunos voltam e se reencontram. Eu ainda não voltei desde que saí de lá - pretendo fazê-lo no ano que vem, no aniversário de 10 anos da minha turma. Talvez por isso minha saudade seja tanta. O corredor de palmeiras imperiais, a Casa Rosa e o sorriso da Vó Dica são uma lembrança embaçada, quase um sonho. É um dos lugares para qual escapo quando a coisa anda mal. É quase uma Arcádia idealizada pra mim.

Pra acabar, um trecho da canção, que resume bem o sentimento de muitos que, como eu, passaram o inferno lá, mas que hoje, inexplicavelmente, sentem saudades de cada detalhe dessa casa.

convite

Somos jovens, destemidos, e vibramos a marchar
Os alunos sempre unidos, do Colégio Militar
Nossa luta nos ensina a vencer, a ter pujança
E lutamos, só domina em nosso peito a esperança

Companheiros leais, trabalhemos e faremos
Num esforço vibrante, febril
Desta casa, que amamos, um templo, um exemplo
Grandioso de amor ao Brasil!

Prossigamos na porfia, estudemos a valer!
Com denodo e alegria, a cumprir nosso dever
Mas um dia o pranto há de nossos olhos inundar
Ao chorarmos a saudade do Colégio Militar


* * *

RAFA @ 10:02 tic-tac-tic-tac