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sexta-feira, maio 27, 2005
Quem diria?Acho que sou um privilegiado por muitas coisas. Uma das principais é a de não ser acometido por alguns dilemas morais que, ao que vejo, muitas pessoas têm. Acho que algumas pessoas vêm dilemas morais em tudo. Eu não. O mais clássico dilema moral é o de se fazer algo de ruim a alguém porque se gosta muito dela. Come on, todo mundo já teve um na vida, principalmente quando criança - vai desde o "castigo educativo", de palmadinhas a surras mui pedagógicas, até trair a confiança de um irmão e revelar um segredo confiado por ele aos pais, "pelo bem dele próprio". Ora, quando tratamos de crianças, não temos esses dilemas. Assume-se que elas são incapazes de decidir o que é melhor para elas, afinal estão em estágio de formação de caráter. E quem diz isso, querido leitor, não é só esse que vos escreve: é a Lei, quase no mundo inteiro. Ou seja: sendo incapazes de decidir, são isentas de formular juízo sobre qualquer coisa. Sem reflexão moral portanto. Quando tratamos de adultos, a coisa é bem diferente. Adultos são capazes de formular juízo, com ganhos e perdas para si próprio e para outrem. Como têm total responsabilidade por seus atos - legal e moralmente - devem sabiamente refletir e prever as conseqüências deles. Transitamos aí no constante conflito entre nossos interesses e os daqueles que nos cercam, e o limite que propicia a convivência civilizada sem irmos aos tapas por tudo é o que chamamos de Ética. É ela que estabelece esse tipo de regra não-escrita que nos impede de certas condutas potencialmente lesivas ao nosso próximo. Ser filho de um militar me ensinou bastante bem a fazer a pergunta: afinal, o que é o certo a fazer? Meu velho pai me ensinou que honra e civilidade são como uma espada de lâmina reta, são valores absolutos, e que valem ouro em qualquer lugar. Fazer besteira é humano, mas a besteira deliberada carrega em si a podridão do dolo, o que é muito sério. Pessoalmente, acho que muitas barbaridades já foram feitas em nome do bem-comum, como se fosse realmente fácil determinar o que é "bem-comum". Stalin e Hitler mataram milhões com essa mesma percepção. Uma doida mandou confiscar todas as poupanças dos cidadãos de um certo país, em uma manobra de estabilização arriscadíssima, levando a algumas centenas de suicídios. Qual é o preço do utilitarismo do bem-comum? E quem somos nós para determiná-lo, cara-pálida? Tento fazer sempre o que é certo. Usualmente consigo. Só não saio muito da minha esfera pessoal, afinal, nosso poder de curar os males o mundo é limitadíssimo, e quase sempre tropeçamos no livre-arbírio de outrem quando confiamos demais em nossas análises mirabolantes. Sei que sou um grão de areia, e apenas me esforço em dar a cada um o que é justo. Por isso, nada de impor valores a ninguém, só o mínimo necessário para o convívio social - o que significa normalmente assumir algumas características humanas, como compaixão e solicitude. Aqueles que não respeitam esse mínimo necessário são bárbaros, incivilizados, possivelmente nem humanos são. Que a Lei, ou Nemesis, os punam. * * * Vivo Open Air, que idéia genial. Cineminha, uma boa baladjenha, estrutura legal, gente bonita, organização nota dez... e só 13 pilas! Tá sendo muito legal. Chego e saio chumbado. Bois, Proto, Los Sebozos Postizos. Line up do caralho. Quem diria, eu falando bem da Vivo, depois de todo o calvário que me fizeram passar por muitos reais de cobranças indevidas. Mas esse dinheiro podre tinha que ir para algum lugar, não é mesmo? * * * Quase um mês de malhação. Em algumas palavras: dor na primeira semana, mas bem suportável. Piscina nota nove, só faltava ser mais funda. Mais de uma centena de reais em barras de proteína, nutris a cada 3 horas, e aminoácidos antes e depois de puxar ferro. Roupas e tênis novos, fora óculos e touca. Um armário com cadeado. Chuveiradas fortes, do jeito que eu gosto. Gente nem tão bonita, mas enfim, não se pode ganhar em tudo. A conta foi carinha que só, mas só pelo efeito no ego, tá valendo cada centavo. Quem diria que algum dia eu iria gostar de fazer atividade física! Vejamos se isso dura. * * * RAFA @ 18:38 tic-tac-tic-tac
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mirror, mirror
na vitrola
bio Brasileiro da gema, viajante do mundo por natureza. Sagitariano cuspido e escarrado, com ascendente em Aquário, seja lá o que isso for. Odeia sopas e caldos mais do que tudo no mundo, seguido de perto por cinismo. Nascido na Ilha do Leite, na cidade do Recife, criado na Urca e em muitos quartéis Brasil afora, foi enrolado por sua mãe na bandeira do Sport quando nasceu, mas ama mesmo é o glorioso Botafogo de Futebol e Regatas. Afinal, amor que é amor tem que doer, e torcer pra time que só ganha é chato demais. Gosta de sentir a brisa da praia no rosto, do bobó de camarão de Dona Susana, e de frutos do mar em geral. Seus tempos de Colégio Militar no Rio o fizeram um cavalariano orgulhoso, mas um péssimo cavaleiro: ainda hoje insiste em querer montar pelo lado direito. Indie desde pequeninho, é mestre em gostar de bandas que ninguém nunca ouviu falar. Em razão do seu amor pelo róquenrou, tenta sem sucesso tocar instrumentos de cordas - violão, baixo, guitarra - mas sua incompetência não o deixa passar do meia-boca. Moço com grandes dotes culinários (só não morreu de inanição ainda por sua criatividade na cozinha), amante da boa-mesa - e de "forks" in the table - já até sentiu o sabor das nuvens. Com oito anos decidiu ser piloto de caça depois de ter visto Top Gun no cinema - desistiu aos 16 quando se deu conta que a Marinha não tinha caças e que milico ganha mal que só a porra. Hoje, graduado em Relações Internacionais pela UnB e mestrando em Comunicação na mesma, estuda para passar no Rio Branco, só porque gostou do cafezinho da Embaixada em Londres. Viciado em chocolate por falta crônica de sexo, vive dizendo que um alfajor de chocolate Havanna é quase tão bom quanto uma noitada com a Luana Piovani ou com a Jennifer Connoly. Eco-chato assumido, descobriu-se idealista depois de velho - dizem as más línguas que foi depois de ter finalmente entendido Kant, aquele mesmo que ele próprio passou a vida inteira malhando. Reza a lenda que seu idealismo é tão agudo que nunca vai deixar de acreditar em Papai Noel e na ONU. É um dos maiores acadêmicos de seu tempo, com 1,90m de altura, por isso mesmo preferindo as altas: "baixinha dá uma puta dor nas costas" reclama. Don Juan totalmente às avessas, "bigode" assumido, não tem muita afeição por gatos, a marxistas e a torcedores do Flamengo. Recebeu orgulhamente o diploma de cidadão honorário de Entre-Ijuís/RS, e já vislumbra o Nobel da Paz. Toma chimarrão regularmente, para curar bebedeira e manter a tradição. Sangue O positivo com muita testosterona, sofre de insônia, alergia a pó e falta de simancol. Escreve esse blog porque adora fazer uma graça - só não percebeu que a maior graça na vida dele é ser ele próprio.
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soft cuca ![]()
sharp cuca about this blog *idiossincrasia (id). [Do grego idiossynkrasía: ídios, próprio + sykrasis, constituição, temperamento] S. f. 1. Disposição do temperamento do indivíduo, que o faz reagir de maneira muito pessoal à ação dos agentes externos. 2. Maneira de ver, sentir, reagir, própria de cada pessoa. 3. Med. Sensibilidade anormal, peculiar a um indivíduo, a uma droga, proteína ou outro agente.Porque "Raridades & Idiossincrasias"? Não sei bem ao certo. Achei um título legal when it came out. Um título quase conceitual, eu diria. Sobre as "idiossincrasias", eu uso essa palavra sempre, mesmo soando meio intelectualóide demais pro meu gosto. No entanto, eu normalmente a uso com um sentido um pouco diferente do restrito léxico dos dicionários. Pra mim, essa "maneira de ver, sentir, reagir" se percebe nas menores coisas, aquele tipo de detalhe inerente à sua personalidade que nem mesmo as pessoas que melhor te conhecem poderiam notar. Aquelas pequenas manias, tipo Amélie Poulain, como fazer pedrinhas ricochetearem no canal ou enfiar a m?o num saco de tremoço (aliás, enfiar a mão num saco de qualquer cereal é fantástico!). Detalhes pequenos, mas muito importantes. Vitais! Essa é a idéia. Registrar estas pequenas raridades do dia-a-dia. Ou também as raridades que parecem grandes, mas que no final são igualmente pequenas. Isso faz parte do meu esforço de perceber a realidade ao redor com olhos mais clínicos, para poder enxergar a beleza dessas coisas. A manteiga derretendo no pãozinho quente, o cheiro fresco de grama molhada de chuva, essas coisas... Enjoy the experience! no baú
setembro 2004 Raridades v.1: out'02 a fev'03
Raridades v.2: out'03 a fev'04
Raridades v.3: mai'04 a set'04 - fora do ar devido aos idiotas da Globo.com
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