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sábado, novembro 05, 2005
Closing Time"every new beginning comes from some other beginning´s end" Como não podia deixar de ser, mais um pouco de "Johnnie Walker wisdom". O momento cósmico na vida deste que vos fala é de fechamentos, decisões, conclusões. Última linha da contabilidade, último drink antes de ir pra casa. Vida pessoal, trabalho, banda, mestrado, amigos de perto e de longe, família, academia, enfim, tudo, do verbo tudo mesmo, ao mesmo tempo agora. Tá bom, seria pretensioso achar que todos os processos na minha vida estejam tão sincronizados a esse ponto, como o momento crucial da trama de um filme do Tarantino ou do Guy Ritchie (engraçado, consigo enumerar umas 4 ou 5 cenas que eu gosto muito assim, desse jeito), mas pelo menos é uma boa antecipação - uma primeira parcial, que seja. Primeiro rascunho sobre um ótimo ano, mesmo com as merdas. O fato é que as bombas resolveram estourar - contra minha vontade, frise-se. A maior parte naturalmente, porque este é o tempo dos seus processos. Outras poucas, devo reconhecer, porque não dá mais pra procrastinar e ir levando com a barriga. Dos caixotes ainda desarrumados na minha sala às brigas por poder dos colegas no ministério, dos livros que tenho que ler para minha tese às visitas ilustres, dos milhares e milhares de km que viajarei até o fim do ano ao repertório do nosso primeiro show. Chegou a hora de deixar a tinta preta no papel branco. Caucus is over, now it's drafting time. É preciso agir. Agir porque é hora. Porque tenho que ter em mente que as indefinições não afetam só a mim, mas a todos que me cercam de alguma maneira. Porque os projetos, e relacionamentos, precisam evoluir. Porque el tiempo... el tiempo no para. (título em homenagem ao Semisonic e ao Leonard Cohen) * * * Esse ano está sendo ótimo. Não fantáaaastico, é claro, mas ainda sim um SS com louvor. Nunca ouvi tantas músicas novas, nunca li tanto sobre coisas tão diferentes, nunca aprendi e realizei tanto. Nunca beijei bocas tão boas, nem fui a festas tão bacanas. Nunca me senti tão bonito e inteligente, nem vivi emoções tão intensas. Nunca acertei tanto em minhas previsões e projeções de cenário. Tenho minha casa - linda - um carro em meu nome e só pra mim, um trabalho que me dá prazer, um mestrado que realmente me desenvolve intelectualmente, e ainda há muito por vir. Enfim, that's the golden age, den gouden eeuw. Ainda sim, há aquele sentimento incômodo de que algo muito importante está faltando, e que eu não sei o que é. Suspeito, mas nada de conclusões precipitadas. Talvez porque ainda não atingi o ideal de Pareto, graças a D'us. E é claro, não realizo mais, nem vejo meus amigos more often, porque não há tempo pra isso, mas não se pode ganhar em tudo. Aliás, sempre achei que não existe such a thing as "estar passando muito tempo com os amigos". Mesmo muito tempo com eles nunca seria tempo o bastante. A dúvida persiste. Que pedaço é esse que me falta, e não me deixa esquecer? * * * Me parece bastante claro que a Revista Veja nos últimos tempos tem comprometido sua objetividade e neutralidade jornalística às expensas de uma pauta política conservadora e barata. Muita gente já previa isso, e eu mesmo acho que eles só saíram do armário pra assumir sua orientação ideológica que veladamente já se manifestava há muito. Ruído político à parte, não dá pra não reconhecer que a revista ainda tem uma produção de conteúdo de respeito, ou pelo menos naquilo que não pode ser politically biased. E olha que os caras têm o prego do Diogo Mainardi escrevendo lá. Disclaimer dado, digo que a reportagem de capa dessa semana me chamou muitíssimo a atenção. Trata sobre o problema dos doentes terminais. E chama para o debate uma das questões que, para mim, estão na pauta verdadeiramente crucial de nossos tempos - eutanásia, interrupção da gravidez, união civil homossexual, meio ambiente - coisas que um liberal democrat blue-stater como eu vai defender até o fim da vida. Não deixe de ler a matéria no link laranja acima. Recomendo fortemente. Leia ao som de Mantra, do Nando Reis, para uma experiência mais completa. * * * Outra coisa que tem me chamado a atenção é essa idéia de PC de baixíssimo custo para popularizar a internet nas escolas. O Media Lab do MIT, sob a liderança do Nicholas Negroponte, anunciou recentemente um laptop de 100 dólares com essa proposta. Brilhante idéia. Vale a pena dar uma olhada. O foda é que o tar du cumpádi nícolas é irmão do outro Negroponte, republicano até a unha do pé, que foi embaixador americano na ONU e no Iraque e que hoje é Diretor da CIA. O do "vem, vi, vetei". Será um caso Esaú e Jacó? Ou será coisa do eixo do mal? * * * Ao som de Funkadelic Live at Houston '77, Spectacular do Graham Coxon, Last post on the bugle dos Libertines, 303 do Kula Shaker, C´mon c´mon do Von Bondies e From the floorboards up - a nova do Paul Weller. E pra quem não conhece, o site de duas bandas de Brasília que andam me chamando a atenção: Satanique Samba Trio e Sapatos Bicolores. Como diz um velho amigo, "fica a dica". * * * RAFA @ 10:46 tic-tac-tic-tac
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mirror, mirror
na vitrola
bio Brasileiro da gema, viajante do mundo por natureza. Sagitariano cuspido e escarrado, com ascendente em Aquário, seja lá o que isso for. Odeia sopas e caldos mais do que tudo no mundo, seguido de perto por cinismo. Nascido na Ilha do Leite, na cidade do Recife, criado na Urca e em muitos quartéis Brasil afora, foi enrolado por sua mãe na bandeira do Sport quando nasceu, mas ama mesmo é o glorioso Botafogo de Futebol e Regatas. Afinal, amor que é amor tem que doer, e torcer pra time que só ganha é chato demais. Gosta de sentir a brisa da praia no rosto, do bobó de camarão de Dona Susana, e de frutos do mar em geral. Seus tempos de Colégio Militar no Rio o fizeram um cavalariano orgulhoso, mas um péssimo cavaleiro: ainda hoje insiste em querer montar pelo lado direito. Indie desde pequeninho, é mestre em gostar de bandas que ninguém nunca ouviu falar. Em razão do seu amor pelo róquenrou, tenta sem sucesso tocar instrumentos de cordas - violão, baixo, guitarra - mas sua incompetência não o deixa passar do meia-boca. Moço com grandes dotes culinários (só não morreu de inanição ainda por sua criatividade na cozinha), amante da boa-mesa - e de "forks" in the table - já até sentiu o sabor das nuvens. Com oito anos decidiu ser piloto de caça depois de ter visto Top Gun no cinema - desistiu aos 16 quando se deu conta que a Marinha não tinha caças e que milico ganha mal que só a porra. Hoje, graduado em Relações Internacionais pela UnB e mestrando em Comunicação na mesma, estuda para passar no Rio Branco, só porque gostou do cafezinho da Embaixada em Londres. Viciado em chocolate por falta crônica de sexo, vive dizendo que um alfajor de chocolate Havanna é quase tão bom quanto uma noitada com a Luana Piovani ou com a Jennifer Connoly. Eco-chato assumido, descobriu-se idealista depois de velho - dizem as más línguas que foi depois de ter finalmente entendido Kant, aquele mesmo que ele próprio passou a vida inteira malhando. Reza a lenda que seu idealismo é tão agudo que nunca vai deixar de acreditar em Papai Noel e na ONU. É um dos maiores acadêmicos de seu tempo, com 1,90m de altura, por isso mesmo preferindo as altas: "baixinha dá uma puta dor nas costas" reclama. Don Juan totalmente às avessas, "bigode" assumido, não tem muita afeição por gatos, a marxistas e a torcedores do Flamengo. Recebeu orgulhamente o diploma de cidadão honorário de Entre-Ijuís/RS, e já vislumbra o Nobel da Paz. Toma chimarrão regularmente, para curar bebedeira e manter a tradição. Sangue O positivo com muita testosterona, sofre de insônia, alergia a pó e falta de simancol. Escreve esse blog porque adora fazer uma graça - só não percebeu que a maior graça na vida dele é ser ele próprio.
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soft cuca ![]()
sharp cuca about this blog *idiossincrasia (id). [Do grego idiossynkrasía: ídios, próprio + sykrasis, constituição, temperamento] S. f. 1. Disposição do temperamento do indivíduo, que o faz reagir de maneira muito pessoal à ação dos agentes externos. 2. Maneira de ver, sentir, reagir, própria de cada pessoa. 3. Med. Sensibilidade anormal, peculiar a um indivíduo, a uma droga, proteína ou outro agente.Porque "Raridades & Idiossincrasias"? Não sei bem ao certo. Achei um título legal when it came out. Um título quase conceitual, eu diria. Sobre as "idiossincrasias", eu uso essa palavra sempre, mesmo soando meio intelectualóide demais pro meu gosto. No entanto, eu normalmente a uso com um sentido um pouco diferente do restrito léxico dos dicionários. Pra mim, essa "maneira de ver, sentir, reagir" se percebe nas menores coisas, aquele tipo de detalhe inerente à sua personalidade que nem mesmo as pessoas que melhor te conhecem poderiam notar. Aquelas pequenas manias, tipo Amélie Poulain, como fazer pedrinhas ricochetearem no canal ou enfiar a m?o num saco de tremoço (aliás, enfiar a mão num saco de qualquer cereal é fantástico!). Detalhes pequenos, mas muito importantes. Vitais! Essa é a idéia. Registrar estas pequenas raridades do dia-a-dia. Ou também as raridades que parecem grandes, mas que no final são igualmente pequenas. Isso faz parte do meu esforço de perceber a realidade ao redor com olhos mais clínicos, para poder enxergar a beleza dessas coisas. A manteiga derretendo no pãozinho quente, o cheiro fresco de grama molhada de chuva, essas coisas... Enjoy the experience! no baú
setembro 2004 Raridades v.1: out'02 a fev'03
Raridades v.2: out'03 a fev'04
Raridades v.3: mai'04 a set'04 - fora do ar devido aos idiotas da Globo.com
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