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quarta-feira, janeiro 10, 2007
![]() Auto-indulgência da semana: Mostarda Dijon. Deve ter sido sobra de Natal. Estava baratíssimo. E foi essa aí mesmo, Maille. Das boas, dizem. Comprei um potão, pra meses e meses. Pronto. Sem mais auto-presentes pelo resto da semana. Ou do mês, sei lá. * * * Primeiras Leituras ![]() Incluí o blog do Reinaldo Azevedo nos links Sharp Cuca. Às vezes o acho demasiado cáustico, mas não deixo de concordar com quase tudo o que ele diz. Aliás, que saudades da Primeira Leitura... fiquei triste com o fechamento dela, ano passado. Era leitor assíduo. Pra facilitar a vida dos interessados, Clique akê * * * Vespúcia Programão de domingo num janeiro cinza de Brasília vazia é ver TV. Um dos quadros do Fantástico desse domingo foi uma entrevista com Ariano Suassuna, desde sua casa na Rua do Chacon - na minha Casa Forte - com o conterrâneo Geneton Moraes Neto. Não posso furtar-me em comentar que o mestre, como comentarista político, é um ótimo escritor. Não, não é birra minha por ele ter apoiado o PT na eleição. Se tivesse birra, nunca mais voltava pra minha terra, celeiro histórico de vermelhos. Mas é que um dos motes principais da entrevista era questionar o mestre qual era o maior monumento ao mau-gosto no Brasil. Respondeu ele: a réplica da Estátua da Liberdade, naquele shopping na Barra da Tijuca. Concordo. Aquilo é um disparate. Só poderia estar mesmo em um bairro conhecido por seus condomínios fechados e sua gente deslumbradinha, nouveau-riches jiujiteiros e aspiradores de pó. Minha discordância começa com a complementação da resposta: "aliás, não gosto nem da original". Peralá, grande Ariano. A original é linda. Simboliza talvez o ideal mais comum à consciência humana desde que saímos das cavernas. Em seu pedestal, o poema que se lê é de arrepiar: "Give me your tired, your poor, your huddled masses yearning to breathe free", é o que diz a colossal Liberdade iluminando o mundo. É de se imaginar as hordas de pobres imigrantes vindos dos sete mares a chegar, fugidas, cansadas, rotas, em Ellis Island e daí partir para formar a potência - bem ou mal, potência - que conhecemos como Estados Unidos da América. Tudo por uma promessa de liberdade, bem ou mal, cumprida. ![]() Mas entendo a natureza da fala do mestra Ariano. Há um anti-americanismo velado no seio de nossa intelligentsia, desde muito tempo. A intelectualidade brasileira sempre foi um tanto francófila - vide Chico Buarque em seu apartamento em Paris - e sabemos bem como os franceses enxergam os americanos, não? Acabamos herdando isso, muitas décadas atrás. Mas hoje a matriz é outra. É um anti-americanismo estúpido, apoiado na tradição e perpetuado por um pseudo-projeto de inserção global que nem de longe corresponde à nossa realidade. Me digam: porque tudo o que vem os Estados Unidos é necessariamente ruim? Entendo que eles não são lá os supra-sumos da sofisticação, mas vejo muitos méritos neles, senão não haveriam de ter o status hegemônico de hoje. Não sou um anti-americano. Admiro os distantes vizinhos do norte, ao mesmo tempo que os critico. E ao contrário de muitos patrícios brasileiros, meu nacionalismo não depende de contrastes nem de inimigos externos. Sou convicto que ser brasileiro é muito bom, independente do fato de ser americano, ou de qualquer outra nacionalidade, seja algo bom ou ruim. Mas a auto-definição "american" pode ser misleading. E reconheço: eles se apropriaram do termo América de maneira muito mais competente que nós. Não entro nas babaquices de chamá-los de "estadunidenses", pelo simples fato de que é feio defini-los simplesmente por seu sistema político federativo. São americanos, portanto. Se são norte-americanos ou simplesmente americanos, depende da semântica. Mas não há como negar, somos diferentes demais para nos proclamar um continente só. Sustento que abaixo do Canal do Panamá a coisa é diferente. Ora, se Suez divide uma mesma massa de terra entre África e Ásia, porque haveríamos de ser norte e sul? Já não há continuidade de terras mesmo... Se Colombo descobriu a América, cabe a nós reinventá-la. Proponho que chamemos de Vespúcia a nossa banda. A idéia não é nova, acho que foi o Veríssimo que a teve primeiro, mas pode ter sido só um textos que atribuem a ele na internet. Afinal, bem ou mal, gostando ou não, somos diferentes. América para os americanos, pode ser. Mas deixem-nos em paz em nosso quintal. * * * RAFA @ 18:24 tic-tac-tic-tac
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mirror, mirror
na vitrola
bio Brasileiro da gema, viajante do mundo por natureza. Sagitariano cuspido e escarrado, com ascendente em Aquário, seja lá o que isso for. Odeia sopas e caldos mais do que tudo no mundo, seguido de perto por cinismo. Nascido na Ilha do Leite, na cidade do Recife, criado na Urca e em muitos quartéis Brasil afora, foi enrolado por sua mãe na bandeira do Sport quando nasceu, mas ama mesmo é o glorioso Botafogo de Futebol e Regatas. Afinal, amor que é amor tem que doer, e torcer pra time que só ganha é chato demais. Gosta de sentir a brisa da praia no rosto, do bobó de camarão de Dona Susana, e de frutos do mar em geral. Seus tempos de Colégio Militar no Rio o fizeram um cavalariano orgulhoso, mas um péssimo cavaleiro: ainda hoje insiste em querer montar pelo lado direito. Indie desde pequeninho, é mestre em gostar de bandas que ninguém nunca ouviu falar. Em razão do seu amor pelo róquenrou, tenta sem sucesso tocar instrumentos de cordas - violão, baixo, guitarra - mas sua incompetência não o deixa passar do meia-boca. Moço com grandes dotes culinários (só não morreu de inanição ainda por sua criatividade na cozinha), amante da boa-mesa - e de "forks" in the table - já até sentiu o sabor das nuvens. Com oito anos decidiu ser piloto de caça depois de ter visto Top Gun no cinema - desistiu aos 16 quando se deu conta que a Marinha não tinha caças e que milico ganha mal que só a porra. Hoje, graduado em Relações Internacionais pela UnB e mestrando em Comunicação na mesma, estuda para passar no Rio Branco, só porque gostou do cafezinho da Embaixada em Londres. Viciado em chocolate por falta crônica de sexo, vive dizendo que um alfajor de chocolate Havanna é quase tão bom quanto uma noitada com a Luana Piovani ou com a Jennifer Connoly. Eco-chato assumido, descobriu-se idealista depois de velho - dizem as más línguas que foi depois de ter finalmente entendido Kant, aquele mesmo que ele próprio passou a vida inteira malhando. Reza a lenda que seu idealismo é tão agudo que nunca vai deixar de acreditar em Papai Noel e na ONU. É um dos maiores acadêmicos de seu tempo, com 1,90m de altura, por isso mesmo preferindo as altas: "baixinha dá uma puta dor nas costas" reclama. Don Juan totalmente às avessas, "bigode" assumido, não tem muita afeição por gatos, a marxistas e a torcedores do Flamengo. Recebeu orgulhamente o diploma de cidadão honorário de Entre-Ijuís/RS, e já vislumbra o Nobel da Paz. Toma chimarrão regularmente, para curar bebedeira e manter a tradição. Sangue O positivo com muita testosterona, sofre de insônia, alergia a pó e falta de simancol. Escreve esse blog porque adora fazer uma graça - só não percebeu que a maior graça na vida dele é ser ele próprio.
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sharp cuca about this blog *idiossincrasia (id). [Do grego idiossynkrasía: ídios, próprio + sykrasis, constituição, temperamento] S. f. 1. Disposição do temperamento do indivíduo, que o faz reagir de maneira muito pessoal à ação dos agentes externos. 2. Maneira de ver, sentir, reagir, própria de cada pessoa. 3. Med. Sensibilidade anormal, peculiar a um indivíduo, a uma droga, proteína ou outro agente.Porque "Raridades & Idiossincrasias"? Não sei bem ao certo. Achei um título legal when it came out. Um título quase conceitual, eu diria. Sobre as "idiossincrasias", eu uso essa palavra sempre, mesmo soando meio intelectualóide demais pro meu gosto. No entanto, eu normalmente a uso com um sentido um pouco diferente do restrito léxico dos dicionários. Pra mim, essa "maneira de ver, sentir, reagir" se percebe nas menores coisas, aquele tipo de detalhe inerente à sua personalidade que nem mesmo as pessoas que melhor te conhecem poderiam notar. Aquelas pequenas manias, tipo Amélie Poulain, como fazer pedrinhas ricochetearem no canal ou enfiar a m?o num saco de tremoço (aliás, enfiar a mão num saco de qualquer cereal é fantástico!). Detalhes pequenos, mas muito importantes. Vitais! Essa é a idéia. Registrar estas pequenas raridades do dia-a-dia. Ou também as raridades que parecem grandes, mas que no final são igualmente pequenas. Isso faz parte do meu esforço de perceber a realidade ao redor com olhos mais clínicos, para poder enxergar a beleza dessas coisas. A manteiga derretendo no pãozinho quente, o cheiro fresco de grama molhada de chuva, essas coisas... Enjoy the experience! no baú
setembro 2004 Raridades v.1: out'02 a fev'03
Raridades v.2: out'03 a fev'04
Raridades v.3: mai'04 a set'04 - fora do ar devido aos idiotas da Globo.com
credits
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