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sexta-feira, janeiro 12, 2007
Pensamento que vem de forae pensa que vem de dentro, pensamento que expectora o que no meu peito penso. Pensamento a mil por hora, tormento a todo momento. Por que é que eu penso agora sem o meu consentimento? Se tudo que comemora tem o seu impedimento, se tudo aquilo que chora cresce com o seu fermento; pensamento, dê o fora, saia do meu pensamento. Pensamento, vá embora, desapareça no vento. E não jogarei sementes em cima do seu cimento. * * * Soundtrack para uma noite aperriada: Lily Allen - Smile Babyshambles - Fuck forever Garbage - Stupid girl * * * Macs: ame-os ou odeie-os. Ou como eu, ame-os e odeie-os, ao mesmo tempo, simultaneamente. Isso merece um post. Mas não agora, sorry. * * * Ando meio de mal com Brasília, pela primeira vez desde que cheguei aqui há 6 anos. Não é só revolta com a cidade vazia em clima de "férias" - nas aspas leia-se: apenas para os privilegiados caras-pálida que não têm que carregar o piano nem estudar de fato. As coisas têm melhorado, é verdade, e principalmente agora que vão substituir os pardais por lombadas eletrônicas. Mas é uma merda viver numa cidade que está sempre no futuro-do-pretérito arquitetônico e de vida. Brasília, em vez de ser o que é, é o que pode ser. Ou melhor: o que poderia ter sido. A confortável tranquilidade da rotina é bem mais tranquila e rotineira do que nos outros tantos lugares que já morei. É engraçado, porque em outras cidades, especialmente nas caóticas e vibrantes so-called metrópoles, as pessoas procuram é incorporar rotinas para não pirar a batatinha. Lembro-me de uma papo-cabecíssimo que eu tive com uma jovem senhora em Londres, que todo dia batia ponto no cornershop do indiano perto da minha casa depois do expediente. Sempre a via lá, mais ou menos na mesma hora. Dizia ela, em uma cidade em que os dias são tão diferentes uns dos outros, o excesso de informação pode ser enlouquecedor. Então, instintivamente, criamos uma rotina para nos proteger. Em Brasília rola o contrário. Parece mesmo que, pra não pirar, o que a gente tem que arrumar é problema. Dos reais e dos inventados. Às vezes um probleminha, às vezes encrenca grossa. Sempre disse que Brasília é uma espécie de Suécia tupiniquim, em que os motoristas param na faixa e tudo é arborizado. Pois aqui também é a Suécia no sentido mais nefasto: é uma cidade perfeita para se auto-destruir. Não a auto-destruição clássica, à la carioca, regada a cocaína e sexo selvagem, por vezes no tiro. Aqui a coisa é mais medíocre e não tem pólvora. É normalmente a auto-destruição lenta e não menos cruel dos pequenos vícios, dos porres, do béque nem-tão-ocasional, das porradas dos mauricinhos, enfim, da grandiosa limitação intelectual daqueles que têm tudo na mão. É difícil expressar, mas é isso aí. O importante é perceber que isso parece mild, light até. Mas é tão cruel quanto as auto-destruições apoteóticas, de mesma forma que morrer de sede ou fome. Talvez até mais cruel para alguns. É a mediocridade de grife, expressa nas meninas do lago ou dos chiques recent-developments do plano piloto e suas turminhas de segundo grau, suas caras faculdades-coleginho, seus fotologs clichezentos e sua absoluta falta de conteúdo. É a do funcionário público coça-saco de amigos poderosos e sorrisos prontos. É o pequeno empresário evangélico-reaça, com suas intolerâncias e provincianismos, que esconde a garrafa de whisky na gaveta de baixo. Brasília é cheia de personagens desse tipo. Nelson Rodrigues teria um prato cheio. Tá foda de encontrar gente que preste por aqui. * * * RAFA @ 01:05 tic-tac-tic-tac
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mirror, mirror
na vitrola
bio Brasileiro da gema, viajante do mundo por natureza. Sagitariano cuspido e escarrado, com ascendente em Aquário, seja lá o que isso for. Odeia sopas e caldos mais do que tudo no mundo, seguido de perto por cinismo. Nascido na Ilha do Leite, na cidade do Recife, criado na Urca e em muitos quartéis Brasil afora, foi enrolado por sua mãe na bandeira do Sport quando nasceu, mas ama mesmo é o glorioso Botafogo de Futebol e Regatas. Afinal, amor que é amor tem que doer, e torcer pra time que só ganha é chato demais. Gosta de sentir a brisa da praia no rosto, do bobó de camarão de Dona Susana, e de frutos do mar em geral. Seus tempos de Colégio Militar no Rio o fizeram um cavalariano orgulhoso, mas um péssimo cavaleiro: ainda hoje insiste em querer montar pelo lado direito. Indie desde pequeninho, é mestre em gostar de bandas que ninguém nunca ouviu falar. Em razão do seu amor pelo róquenrou, tenta sem sucesso tocar instrumentos de cordas - violão, baixo, guitarra - mas sua incompetência não o deixa passar do meia-boca. Moço com grandes dotes culinários (só não morreu de inanição ainda por sua criatividade na cozinha), amante da boa-mesa - e de "forks" in the table - já até sentiu o sabor das nuvens. Com oito anos decidiu ser piloto de caça depois de ter visto Top Gun no cinema - desistiu aos 16 quando se deu conta que a Marinha não tinha caças e que milico ganha mal que só a porra. Hoje, graduado em Relações Internacionais pela UnB e mestrando em Comunicação na mesma, estuda para passar no Rio Branco, só porque gostou do cafezinho da Embaixada em Londres. Viciado em chocolate por falta crônica de sexo, vive dizendo que um alfajor de chocolate Havanna é quase tão bom quanto uma noitada com a Luana Piovani ou com a Jennifer Connoly. Eco-chato assumido, descobriu-se idealista depois de velho - dizem as más línguas que foi depois de ter finalmente entendido Kant, aquele mesmo que ele próprio passou a vida inteira malhando. Reza a lenda que seu idealismo é tão agudo que nunca vai deixar de acreditar em Papai Noel e na ONU. É um dos maiores acadêmicos de seu tempo, com 1,90m de altura, por isso mesmo preferindo as altas: "baixinha dá uma puta dor nas costas" reclama. Don Juan totalmente às avessas, "bigode" assumido, não tem muita afeição por gatos, a marxistas e a torcedores do Flamengo. Recebeu orgulhamente o diploma de cidadão honorário de Entre-Ijuís/RS, e já vislumbra o Nobel da Paz. Toma chimarrão regularmente, para curar bebedeira e manter a tradição. Sangue O positivo com muita testosterona, sofre de insônia, alergia a pó e falta de simancol. Escreve esse blog porque adora fazer uma graça - só não percebeu que a maior graça na vida dele é ser ele próprio.
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soft cuca ![]()
sharp cuca about this blog *idiossincrasia (id). [Do grego idiossynkrasía: ídios, próprio + sykrasis, constituição, temperamento] S. f. 1. Disposição do temperamento do indivíduo, que o faz reagir de maneira muito pessoal à ação dos agentes externos. 2. Maneira de ver, sentir, reagir, própria de cada pessoa. 3. Med. Sensibilidade anormal, peculiar a um indivíduo, a uma droga, proteína ou outro agente.Porque "Raridades & Idiossincrasias"? Não sei bem ao certo. Achei um título legal when it came out. Um título quase conceitual, eu diria. Sobre as "idiossincrasias", eu uso essa palavra sempre, mesmo soando meio intelectualóide demais pro meu gosto. No entanto, eu normalmente a uso com um sentido um pouco diferente do restrito léxico dos dicionários. Pra mim, essa "maneira de ver, sentir, reagir" se percebe nas menores coisas, aquele tipo de detalhe inerente à sua personalidade que nem mesmo as pessoas que melhor te conhecem poderiam notar. Aquelas pequenas manias, tipo Amélie Poulain, como fazer pedrinhas ricochetearem no canal ou enfiar a m?o num saco de tremoço (aliás, enfiar a mão num saco de qualquer cereal é fantástico!). Detalhes pequenos, mas muito importantes. Vitais! Essa é a idéia. Registrar estas pequenas raridades do dia-a-dia. Ou também as raridades que parecem grandes, mas que no final são igualmente pequenas. Isso faz parte do meu esforço de perceber a realidade ao redor com olhos mais clínicos, para poder enxergar a beleza dessas coisas. A manteiga derretendo no pãozinho quente, o cheiro fresco de grama molhada de chuva, essas coisas... Enjoy the experience! no baú
setembro 2004 Raridades v.1: out'02 a fev'03
Raridades v.2: out'03 a fev'04
Raridades v.3: mai'04 a set'04 - fora do ar devido aos idiotas da Globo.com
credits
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