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sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Vício e virtude


"Uma só natureza nos foi dada;
Não criou Deus os naturais diversos;
Um só Adão criou, e esse de nada.

Todos somos ruins, todos perversos,
Só nos distingue o vício e a virtude
De que uns são comensais, outros adversos."

Gregório de Matos

"Quanto mais vigorosa a mente, mais violenta a paixão em que se deixa envolver"
Edmund Burke

BBC 14/02/2007 - 18h30
Amar é tão necessário quanto ter fome e sede, diz estudo


Os efeitos do amor no cérebro são parecidos com os da cocaína, de acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos.

O estudo, publicado na revista Monitor on Psychology, indicou ainda que o amor romântico pode ser uma necessidade tão fundamental quanto a fome e a sede.

A pesquisa foi realizada em conjunto pelo psicólogo social Arthur Aron, da Universidade Estadual de Nova York, a neurocientista Lucy Brown, da Faculdade de Medicina Albert Einstein e pela antropóloga Helen Fisher, da Universidade Estadual de Nova Jersey.

A equipe estudou tomografias do cérebro de pessoas apaixonadas, realizadas enquanto elas pensavam em seus amantes, e percebeu que todos apresentavam atividade em regiões do cérebro ricas em dopaminas, neurotransmissores que estimulam o sistema nervoso central.

Essas regiões, conhecidas como o sistema de "motivação e recompensa" do cérebro, são ativadas quando uma pessoa obtém algo que realmente deseja como comida, água, drogas ou, segundo os cientistas, a pessoa amada.

"Todas as necessidades básicas são associadas com o sistema de dopamina, e o amor romântico também é", disse Fisher.

Motivação e recompensa

"Os vícios são muito poderosos e todos os vícios são associados à dopamina de uma forma ou de outra", afirmou Fisher.

Segundo ela, o aumento da energia em pessoas apaixonadas também pode ser atribuído a um excesso de dopamina.

Um outro estudo ainda não publicado, realizado pela mesma equipe, mostrou que sistemas similares do cérebro são ativados em pessoas felizes no amor e entre aqueles que foram rejeitados recentemente.

A equipe realizou tomografias em 15 estudantes que estão sofrendo por amor enquanto eles olhavam fotos de ex-namorados.

Assim como os que estão felizes, os estudantes rejeitados apresentaram atividade na região de motivação e recompensa do cérebro ao pensarem nos ex-amantes.

Mas os sofredores também tiveram atividade em outra região do cérebro, ligada ao processo de correr grandes riscos.

Segundo Fisher, considerar o amor como uma necessidade, ao invés de uma emoção, pode ajudar os médicos a entender melhor o sofrimento de uma separação e prever como alguém vai lidar com a rejeição.

"Muitos casos de homicídios, suicídios ou obsessão são associados ao amor romântico, e quanto mais pudermos entender os processos básicos do cérebro, mais poderemos compreender por que as pessoas cometem esses crimes."

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RAFA @ 16:53 tic-tac-tic-tac