:: Raridades ::
terça-feira, março 13, 2007

SAUDADE



Ontem o Recife celebrou 470 anos de fundação. Não os 47 de Brasília, essa cidade que hoje me serve de lar, mas exatas dez vezes mais. Dez!

Não há muito o que dizer ou sentir. A saudade, essa sina de todo lusófono, faz os pêlos dos braços arrepiarem e encherem os olhos daquilo que foi e daquilo que é.

Reli a Evocação de Bandeira, no blog do Noblat. Veneza, Mauritstaad, Mascates. Guararapes, Frei Caneca, a Confederação do Equador, a luta pela liberdade humana em toda a sua diversidade. Minha evocação também traz roletes de cana e amendoim "cozinhado" , mas traz também pitomba, jambo e raspo-raspo, Pau Amarelo, rodas de violão com o pessoal da praia, música lenta pra abraçar as meninas nas festinhas... mamãe comendo caranguejo, meu avô de chapéu de feltro cinza chegando em seu Del Rey. Era o ônibus até a Caxangá, passando pela Várzea, Dois Irmãos, Apipucos... até eu chegar na Rua Ambrosina Carneiro era um tempão. Os pregões do mercado de Casa Amarela, essa língua certa do povo, que torna delicioso o português do Brasil.

Tenho que voltar ao trabalho. Mas a saideira é aquele frevo-canção, que eu já esqueci o nome:

É lindo ver, o dia amanhecer
Com violões e pastorinhas mil
Dizendo bem
Que o Recife tem
O carnaval melhor do meu Brasil

* * *

RAFA @ 09:41 tic-tac-tic-tac