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quinta-feira, abril 12, 2007
Do Reinaldo"Entendam bem. Temos um Ministério do Desenvolvimento Agrário que estimula a invasão de terra e entrega o Incra ao MST; um ministro da Defesa que, junto com o presidente, incentiva a quebra da disciplina e da hierarquia militares; uma secretária da Igualdade Racial que acha legítimo certo racismo; uma secretária nacional de Habitação que, na prática, incentiva a invasão de prédios urbanos. Isso é loucura, maluquice, burrice, estupidez? Não! Isso é método. Trata-se de um modo racional e calculado de fazer política. Não! Não acuso uma conspiração, uma decisão tomada nas sombras, nada disso. O PT assume a sua condição de partido dos “movimentos sociais”. E um partido dos “movimentos” tem a sua face de ação direta, que não pode esperar pela mediação institucional. Censuro, posts abaixo, a decisão do governador José Serra de criar um grupo executivo para ampliar medidas de reparação racial — ou supostamente racial, já que cor de pele não é raça — em São Paulo. Como digo lá, censuro no mérito (não creio em discriminação positiva; ela sempre é negativa) e também na oportunidade. Ao fazê-lo, o PSDB se alinha com certa militância ligada aos tais “movimentos sociais” que sempre terão uma direção: o PT. Ainda que o PSDB, o DEM ou qualquer outro partido se esforçassem para ter o seu, vá lá, “braço popular”, isso jamais aconteceria porque se trata, felizmente, de entendimentos distintos do que vêm a ser a sociedade e a política. Serra pode impor aquelas cotas se quiser. À frente de querer “justiça”, o movimento é fração de um projeto de poder. E é o do PT. Vejam lá o que diz a secretária: “Cada movimento da sociedade e cada organização tem a sua estratégia de manifestação". Entenderam? Para dona Inês, a sociedade é o quê? Ora, é um conjunto de “movimentos”, que vão impondo a sua agenda e a sua pauta no grito, no berro. Quem não grita e não berra não é “movimento” e, portanto, não é nada; não merece nem mesmo ser ouvido. A forma mais acabada que o petismo tem de exercer essa sua “democracia” são os seus tais “orçamentos participativos”. Como eles funcionam? Uma parcela mínima do orçamento é debatido com a “comunidade”. Qual comunidade? A comunidade dos petistas dos vários bairros e núcleos que se organizam. Se você quer ser “participativo”, tem de ser um deles. Inexiste para o petista a democracia do cidadão comum, não-mobilizado, que cuida da sua própria vida e da de sua família, ciente de que suas garantias e seus direitos estão consubstanciados num conjunto de leis. Nada! Isso pra eles é bobagem. O indivíduo só passa a existir à medida que ganha uma identidade reivindicadora, que assume um ethos coletivista, que se põe a serviço de uma causa — a causa, evidentemente, do partido. É claro que essa mística a que me refiro vale para essa massa de manobra, geralmente gente, com efeito, pobre e ignorante, que ganha, no entanto, a sensação de pertencer a alguma coisa. Já comparei aqui e volto a fazê-lo: o PT tem uma estrutura muito parecida com a dessas igrejas neopentecostais que brotam por aí aos montes (mais novas do que o meu uísque). Da mesma sorte, os dirigentes da Igreja Petista não têm a mesma ingenuidade dos fiéis. Seus “pastores”, “bispos”, “reverendos” e “apóstolos”, se preciso, conseguem ser muito pragmáticos. Mas têm de manter nos fiéis a esperança. Por isso, estimulam esse “tome o que lhe faz falta; é um direito”. Onde as oposições erram? Ainda não aprenderam a falar ao “cidadão-ninguém”, àquele não mobilizado, ao que não sai gritando por aí “fogo na floresta” — ou, o que é pior, botando fogo na floresta. Querem um exemplo? Os 3,4 milhões de pessoas jurídicas que estão na bica de serem achacadas ou humilhadas por fiscais da Receita não vão para as ruas ocupar prédios públicos, não tomam dos outros o que não lhes pertence, não praticam o assalto social. E, por isso, ninguém dá bola para elas. Mais do que isso: as lideranças de oposição deixam que sejam sacrificadas no altar do petismo, como carneiros. " * * * RAFA @ 11:00 tic-tac-tic-tac
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mirror, mirror
na vitrola
bio Brasileiro da gema, viajante do mundo por natureza. Sagitariano cuspido e escarrado, com ascendente em Aquário, seja lá o que isso for. Odeia sopas e caldos mais do que tudo no mundo, seguido de perto por cinismo. Nascido na Ilha do Leite, na cidade do Recife, criado na Urca e em muitos quartéis Brasil afora, foi enrolado por sua mãe na bandeira do Sport quando nasceu, mas ama mesmo é o glorioso Botafogo de Futebol e Regatas. Afinal, amor que é amor tem que doer, e torcer pra time que só ganha é chato demais. Gosta de sentir a brisa da praia no rosto, do bobó de camarão de Dona Susana, e de frutos do mar em geral. Seus tempos de Colégio Militar no Rio o fizeram um cavalariano orgulhoso, mas um péssimo cavaleiro: ainda hoje insiste em querer montar pelo lado direito. Indie desde pequeninho, é mestre em gostar de bandas que ninguém nunca ouviu falar. Em razão do seu amor pelo róquenrou, tenta sem sucesso tocar instrumentos de cordas - violão, baixo, guitarra - mas sua incompetência não o deixa passar do meia-boca. Moço com grandes dotes culinários (só não morreu de inanição ainda por sua criatividade na cozinha), amante da boa-mesa - e de "forks" in the table - já até sentiu o sabor das nuvens. Com oito anos decidiu ser piloto de caça depois de ter visto Top Gun no cinema - desistiu aos 16 quando se deu conta que a Marinha não tinha caças e que milico ganha mal que só a porra. Hoje, graduado em Relações Internacionais pela UnB e mestrando em Comunicação na mesma, estuda para passar no Rio Branco, só porque gostou do cafezinho da Embaixada em Londres. Viciado em chocolate por falta crônica de sexo, vive dizendo que um alfajor de chocolate Havanna é quase tão bom quanto uma noitada com a Luana Piovani ou com a Jennifer Connoly. Eco-chato assumido, descobriu-se idealista depois de velho - dizem as más línguas que foi depois de ter finalmente entendido Kant, aquele mesmo que ele próprio passou a vida inteira malhando. Reza a lenda que seu idealismo é tão agudo que nunca vai deixar de acreditar em Papai Noel e na ONU. É um dos maiores acadêmicos de seu tempo, com 1,90m de altura, por isso mesmo preferindo as altas: "baixinha dá uma puta dor nas costas" reclama. Don Juan totalmente às avessas, "bigode" assumido, não tem muita afeição por gatos, a marxistas e a torcedores do Flamengo. Recebeu orgulhamente o diploma de cidadão honorário de Entre-Ijuís/RS, e já vislumbra o Nobel da Paz. Toma chimarrão regularmente, para curar bebedeira e manter a tradição. Sangue O positivo com muita testosterona, sofre de insônia, alergia a pó e falta de simancol. Escreve esse blog porque adora fazer uma graça - só não percebeu que a maior graça na vida dele é ser ele próprio.
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soft cuca ![]()
sharp cuca about this blog *idiossincrasia (id). [Do grego idiossynkrasía: ídios, próprio + sykrasis, constituição, temperamento] S. f. 1. Disposição do temperamento do indivíduo, que o faz reagir de maneira muito pessoal à ação dos agentes externos. 2. Maneira de ver, sentir, reagir, própria de cada pessoa. 3. Med. Sensibilidade anormal, peculiar a um indivíduo, a uma droga, proteína ou outro agente.Porque "Raridades & Idiossincrasias"? Não sei bem ao certo. Achei um título legal when it came out. Um título quase conceitual, eu diria. Sobre as "idiossincrasias", eu uso essa palavra sempre, mesmo soando meio intelectualóide demais pro meu gosto. No entanto, eu normalmente a uso com um sentido um pouco diferente do restrito léxico dos dicionários. Pra mim, essa "maneira de ver, sentir, reagir" se percebe nas menores coisas, aquele tipo de detalhe inerente à sua personalidade que nem mesmo as pessoas que melhor te conhecem poderiam notar. Aquelas pequenas manias, tipo Amélie Poulain, como fazer pedrinhas ricochetearem no canal ou enfiar a m?o num saco de tremoço (aliás, enfiar a mão num saco de qualquer cereal é fantástico!). Detalhes pequenos, mas muito importantes. Vitais! Essa é a idéia. Registrar estas pequenas raridades do dia-a-dia. Ou também as raridades que parecem grandes, mas que no final são igualmente pequenas. Isso faz parte do meu esforço de perceber a realidade ao redor com olhos mais clínicos, para poder enxergar a beleza dessas coisas. A manteiga derretendo no pãozinho quente, o cheiro fresco de grama molhada de chuva, essas coisas... Enjoy the experience! no baú
setembro 2004 Raridades v.1: out'02 a fev'03
Raridades v.2: out'03 a fev'04
Raridades v.3: mai'04 a set'04 - fora do ar devido aos idiotas da Globo.com
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